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Estilo não tem idade: a moda começa a olhar para o público 60+

De consumidores influentes a protagonistas de campanhas, os maduros sinalizam mudança de olhar num setor que ainda precisa aprender a ser diverso

Por Renata Busch
12 dez 2025, 06h56 •
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Vivência: na contramão das grifes cariocas, a Herit apostou em modelo de 72 anos  (Divulgação/Divulgação)
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  • O brasileiro está vivendo mais. Em 2024, a expectativa de vida da população, segundo o IBGE, alcançou os 76,6 anos, um aumento de dois meses e meio em relação ao ano anterior. Além de mais longeva, a terceira idade está mais numerosa, superando 33 milhões de habitantes e tornando-se um potencial mercado para diversos setores, incluindo a moda.

    Apesar disso, numa rápida visita aos e-commerces das principais grifes cariocas nota-se que somente modelos jovens são contratados, o que mostra que o discurso de inclusão ainda não leva em conta a faixa etária. Na contramão, a marca de tênis de luxo carioca Herit, lançada on-line em maio e prestes a abrir o primeiro ponto de venda físico no VillageMall, na Barra, elegeu um garoto-propaganda 70+ para comunicar a durabilidade do calçado.

    “Na era do descarte fácil, ser durável virou um ato de rebeldia sofisticada. O ‘feito para durar’ não é tendência, é posição. Longevidade é luxo”, avalia o sócio Bernardo Zveiter, cuja base de clientes é multigeracional.

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    Trabalhador da construção civil em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana, com três filhos e quatro netos, Armando Azevedo nunca imaginou virar modelo aos 72 anos. O convite para o teste para a campanha da Herit surgiu depois que a filha, que trabalha na área de marketing da empresa, mostrou fotos do pai para a equipe de estilo. “Estava ansioso e fui na maior cara de pau. Renasci diante de uma equipe jovem e talentosa, que me deixou à vontade. Para um cara vaidoso, que sempre gostou de se vestir bem, foi muito fácil”, diverte-se ao lembrar da prova de fogo.

    Despojado, Armando é adepto de um bom jeans, camisas e shorts de linho e afirma que não voltaria a usar ombreiras e calça boca de sino, hits dos tempos de juventude. “Sempre fui trabalhar impecável, de roupa social, sapatos engraxados e uma maleta tipo 007. Agora a galera usa bermuda e blusa básica, e isso é ótimo”, aponta.

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    “Queríamos alguém real, com história e olhar de quem já viveu, e não apenas posou”, endossa Zveiter.

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    Moradora da Barra, Cláudia Abrahão, 68, é advogada de formação, mas nunca exerceu a profissão. Na adolescência, era apaixonada por revistas de moda e, com a internet, se aprofundou no universo das passarelas, acompanhando até desfiles pela web.

    Todo esse empenho se refletiu no próprio guarda-roupa. Em 2018, passeava por um shopping quando foi abordada pela gerente de uma grife perguntando qual era o seu perfil no Instagram. “Respondi que não tinha e percebi que ela ficou surpresa.

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    Cheguei em casa e criei o @60maisfashion, que reúne 115.000 seguidoras engajadas”, conta. “Recebo mensagens de mulheres me contando que, depois de me conhecerem, estão mudando o jeito de se vestir, apostando em mais cores, acessórios e mix de estampas. Fico feliz de mostrar que elas podem usar o que quiserem”, orgulha-se.

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    Embora não tenha uma loja preferida, Claudia afirma que está numa fase Osklen e Farm, mas sente saudade da Krishna e da Chocolate, das quais mantém trajes há duas décadas. “O segredo é escolher itens atemporais, que podem ser combinados com peças modernas para dar o match no visual”, ensina. Com mais de dez anos de mercado, a marca autoral Bianca Gibbon, com ateliê no Leblon, tem cerca de 30% do público de mulheres 60+. A percepção é de que essa clientela cria vínculos permanentes, buscando qualidade aliada a atemporalidade, praticidade e modernidade.

    “Não mudamos nossa comunicação ou planejamento em função desse público. As 60+ são as novas 50+, ativas, que se identificam com a moda sem se preocupar com a idade”, atesta a estilista Bianca Gibbon, acrescentando que algumas clientes gostam de toques de sensualidade, mostrando mais a pele.

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    Bianca Gibbon: mulheres maduras buscam atemporalidade (./Divulgação)

    A designer de joias Belle Paiva, com ateliê em São Conrado, conta que 25% da cartela de clientes já passou dos 60 anos. “São mulheres que gostam da sensação de não acompanhar tendências. Não buscam algo personalizado no sentido de único no mundo, e sim uma joia que carrega intenção, acabamento e identidade”, analisa. “Acessórios são parte fundamental do look e precisam estar em harmonia”, confirma Claudia, a @60maisfashion. Gostar do reflexo do espelho é uma ótima sensação em qualquer idade.

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    Belle Paiva: quase 30% da clientela é formada por mulheres 60+ (Divulgação/Divulgação)

    Saia do básico

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    Cláudia Abrahão dá dicas para quem está a fim de ousar

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    Cláudia Abrahão: influenciadora dá dicas simples para quem quer arriscar no visual (arquivo pessoal/Divulgação)

    Teste o mix de estampas em preto e branco, que é mais fácil. opte por padronagens pequenas.

    Ao mesclar os coloridos, aposte em desenhos que tenham os mesmos tons nas peças.

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    Escolha acessórios neutros. um colar mais comprido alonga a silhueta.

    Prefira sapatilhas em paleta neutra e bico fino para alongar, assim como os decotes em “v”.

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