Covid-19: Estudo indica eficácia do isolamento social contra a doença

Pesquisa faz comparação entre medidas adotadas nas regiões Sul e Norte

Por Agência Brasil
13 Maio 2020, 10h52
Coronavírus: Uma eventual segunda onda generalizada seria muito menor do que a anterior, de acordo com o estudo da UFF (Eduardo Monteiro/Divulgação)
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Com base nos dados do Ministério da Saúde, o engenheiro químico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Eduardo Lima verificou que há uma tendência de diminuição do número de mortes pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, após a adoção de medidas restritivas à circulação de pessoas.

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De acordo com o professor, os estudos têm indicado que a adoção de estratégias de isolamento social surte efeito, em média, de 10 a 14 dias, após o início da medida – mesmo período de incubação do vírus.

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Ao analisar os dados oficiais de óbitos por milhão de habitantes, Lima concluiu que os resultados mostram uma tendência mais constante de achatamento da curva após a decretação das medidas restritivas. “Os casos vinham em uma crescente exponencial, mas o gráfico mostra que isso desacelerou, o que é a constatação científica e aferida por números de que o isolamento é eficaz”, disse.

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Segundo o pesquisador, a comparação entre as regiões Norte e Sul evidencia o impacto positivo do isolamento social. “Até o 11º dia após atingir uma morte por milhão de habitantes – o que na região Sul aconteceu em 12 de abril e, na região Norte, em 15 de abril -, ambas seguiam praticamente a mesma curva, apresentando uma taxa de aumento de cerca de 30% de mortes ao dia”, afirmou.

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Com a adoção de medidas de restrição à circulação mais rigorosas, o Sul conseguiu desacelerar o avanço da doença, ao contrário da Região Norte, onde foi registrada menor adesão ao isolamento social. No 20º dia após atingir uma morte por milhão de habitantes, o Sul apresentava taxa de aumento das mortes por dia perto de 10% enquanto, no Norte, esse índice estava perto de 20%.

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“Em cerca de dez dias, o Sul reduziu de 30% para perto de 10%. Enquanto o Norte reduziu de 30% para 20% a taxa de aumento do número de mortes por dia”, disse. “Esse foi o problema. Isso fez a curva exponencial de casos da Região Norte explodir. Por isso, deu o problema de sobrecarga no sistema de saúde”.

De acordo com o professor da Uerj, em 27 de abril, a Região Sul tinha 16 óbitos por milhão de habitantes ao passo que a Região Norte apresentava 26 óbitos por milhão de habitantes.

O pesquisador afirma ver com preocupação a situação atual da epidemia no Brasil. “A gente ainda tem aumento expressivo de número de casos, ainda não tem um indicativo de que a gente esteja próximo de chegar ao pico de propagação e governadores e prefeitos estão discutindo medidas de relaxamento do isolamento”, disse Lima.

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“Enquanto a gente ainda não tem uma vacina ou um remédio com comprovação científica de que funcione, a gente não tem outra estratégia que seja tão indicada quanto o isolamento social”, destacou.

 

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