Família de médico se despede em cerimônia discreta

Em um velório curto e emocionante, amigos e parentes deram adeus a Jaime Gold, morto após assalto na Lagoa

Por Luna Vale
Atualizado em 5 dez 2016, 12h11 - Publicado em 21 Maio 2015, 16h13
Jaime Gold
Jaime Gold (Reprodução/)
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Em uma cerimônia silenciosa e de emoção contida, amigos e parentes se despediram do médico Jaime Gold na capela do Cemitério Israelita do Caju na manhã desta quinta (21). A tristeza e a indignação estavam estampadas nos rostos dos presentes. A família parecia ainda não acreditar que o pai, filho, irmão e ex-marido tenha morrido de foram tão estúpida e brutal em assalto nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas na noite da última terça (19).

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Aos 85 anos, os pais Hadassa e Calmon, aparentavam não ter assimilado todo o impacto da tragédia, enquanto os filhos, Daniel, de 22 anos, e Clara, 21, estavam desolados. Os dois moravam com o pai e souberam do acidente ao reconhecê-lo, ainda ferido, em imagens na internet. Marcia Amil, ex-mulher e mãe dos meninos, tentava consolá-los, mas deixava transparecer a dor de perder o pai de seus filhos de forma tão trágica. A irmã do médico, Miriam Gold, também ficou perto dos sobrinhos, mas não conseguia conter o choro.

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A filha mais velha não desgrudava da avó, apesar de dona Hadassa falar em diversos momentos que estava bem. Enquanto Marcia, Clara e a mãe de Jaime ficaram um bom tempo na capela, recebendo o carinho de amigos e outros familiares, o pai do médico preferiu ficar do lado de fora. Já Daniel dividia a atenção entre os amigos do lado de fora e a família no interior. Por volta das 9h30, horário marcado para o início do velório, o movimento ainda era pequeno, mas em pouco tempo, com a chegada dos jovens amigos dos filhos a capela ficou pequena para tanta gente. Quem chegou mais tarde acompanhou a cerimônia do lado de fora.

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Pouco antes do sepultamento, o rabino Marcos Salem rezou pela alma de Jaime e explicou sobre os costumes e as crenças judaicas, como a de que o corpo é apenas uma roupagem para alma e que o processo de desligamento entre os dois não é simples. Como parte da tradição, o rabino realizou pequenos cortes nas camisas dos membros da família, numa espécie de simbolismo de como estão dilacerados com a perda. Neste momento, algumas pessoas caíram no choro.

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Logo após a cerimônia, o caixão foi encaminhado para o local do sepultamento. Marcia seguiu ao lado do filho, bem próximo ao caixão. Clara veio mais atrás ajudando a avó na caminhada. Os presentes voltaram a se emocionar enquanto o rabino realizava as últimas rezas antes de familiares e amigos participarem da tradição de cobrir o caixão com terra. Os homens utilizavam uma pá grande, enquanto as mulheres usavam uma menor, de jardinagem. Os filhos e a mãe do médico encerraram o ritual.

Entre os amigos e parentes  comentários variavam entre o absurdo da situação e a bondade de Jaime, que trabalhava no Hospital do Fundão. O médico era lembrado pelos colegas como alguém que estava sempre disposto a ajudar os outros. Mesmo trabalhando um local conhecido pelas dificuldades financeiras e com poucos recursos, ele enfrentava sua rotina diária com o mesmo afinco e dedicação dispensada às práticas esportivas de que tanto gostava.

 

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