Fungos colocam em risco documentos do Arquivo Nacional
Focos de fungos no Bloco F acendem alerta para a preservação do acervo histórico, enquanto a direção anuncia interdição de depósitos e ações de higienização
Responsável por parte importante da memória do país, o Arquivo Nacional do Rio de Janeiro voltou ao centro das atenções por um motivo preocupante. Servidores e pesquisadores denunciaram a grande presença de fungos em depósitos de documentos do Bloco F, na sede da instituição, no Centro, o que colocaria em risco tanto o acervo quanto a saúde de quem circula pelo local.
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Segundo a Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (ASSAN), o problema é antigo, envolve falhas de climatização e controle de umidade, e teria se agravado nos últimos meses.
O acervo do Arquivo Nacional reúne documentos públicos, mais de um milhão de fotografias e negativos, filmes, registros sonoros, mapas, cartazes e quase 10 000 livros raros, abrangendo desde registros coloniais até materiais sobre a ditadura militar, por exemplo.
Diante das denúncias, a direção confirmou, em nota oficial, que equipes técnicas identificaram fungos em depósitos do Bloco F durante vistoria de rotina. Como resposta imediata, os espaços e o acervo afetado foram interditados, e foram iniciadas ações de contenção, higienização e desinfecção, além do reforço no controle ambiental, com monitoramento mais frequente de temperatura e umidade.
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A instituição afirma ainda que microrganismos estão naturalmente presentes em acervos arquivísticos e que o objetivo é justamente impedir sua proliferação com vigilância permanente e protocolos de preservação. Enquanto as medidas avançam, permanece a preocupação com a necessidade de investimentos estruturais mais amplos para garantir que a memória registrada em papel não se perca para sempre.





