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Gabriel Monteiro: quem é o youtuber bolsonarista 3º colocado nas eleições

'Chora esquerdalhada', comemorou no Twitter o PM licenciado; eleito vereador com 60 mil votos, ele recebeu várias punições em quatro anos de corporação

Por Da Redação
16 nov 2020, 12h54
Gabriel Monteiro
Gabriel Monteiro: preso desde 2022 por estupro. (Instagram/Reprodução)
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Sábado, 14 de novembro de 2020. Na véspera das eleições municipais, o candidato a vereador Gabriel Monteiro (PSD), repostou um vídeo de sua campanha na Zona Oeste. Nas imagens, ele aparece cercado por homens armados com espingardas calibre 12 e distintivos pendurados no pescoço – alguns deles usavam máscaras e camisetas com a imagem do personagem Justiceiro, da Marvel. “Minha segurança vai andar pesada mesmo. Por mim colocaria minha equipe de .50 pra matar vagabundo. Bom dia”, escreveu o rapaz, de 26 anos. Era uma resposta às denúncias de que sua escolta armada seria ilegal. A PM informou que os policiais estão vinculados à corporação mas não atuavam em nome dela quando foram filmados e fotografados sem farda e com a posse ilegal das armas, por isso eles serão penalizados internamente.

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De penalização interna Gabriel entende. Terceiro vereador mais votado nas eleições municipais deste domingo, ele acumula mais de um mês de detenções — fruto de várias punições administrativas — em menos de quatro anos na PM do Rio. Ele fez o curso de formação de soldados no final de 2015, e ali já recebeu advertências por se recusar a participar de um treinamento físico (apesar de estar “fora de forma”, segundo seu superior) e faltar à formatura. Porte de arma fora do serviço, faltas injustificadas a dias de trabalho e quebra de  hierarquia são alguns dos motivos de suas punições, todas contestadas por ele em suas redes.

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Em março deste ano, Gabriel perdeu a posse de arma e foi acusado de “desrespeitar” o ex-comandante-geral da PM, coronel Íbis Silva Pereira. De acordo com o boletim interno da Polícia Militar, o hoje vereador se passou por um estudante para “simular uma entrevista” com o coronel, e deu a entender que Íbis teria envolvimento com traficantes. O ex-comandante classificou a atitude do soldado como uma transgressão “para fins de projeção pessoal” e o criticou por fazer uma acusação grave sem ter provas. Nesta eleição, Íbis era o vice na chapa da candidata à prefeitura Renata Souza, do PSOL.

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Eleito com mais de 60 000 votos, atrás somente do campeão Tarcisio Motta, do PSOL (86 237) e de Carlos Bolsonaro, do Republicanos (70 995), Gabriel tem mais de cinco milhões de seguidores nas redes sociais e alimenta a militância digital com posts em que anuncia sua disposição de partir para o confronto armado. “A população carioca precisa de um vereador que além de cumprir suas funções constitucionais, tem sede por arrebentar vagabundo. Caso eu venha ser vereador, reivindicarei o óbvio, o Estado deve entrar em todos os lugares. Chega de omissos, estamos em guerra urbana no Rio”, postou, no último dia 12, a três dias da votação.

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A figura do pai, Roberto Monteiro, pastor da Assembleia de Deus, também é exaltada com frequência em suas páginas. Foi  ele, aponta Gabriel, quem o incentivou a “ser cristão e gostar de política”. Roberto se candidatou a uma vaga na Câmara de Niterói, mas, com menos de 500 votos, não conseguiu se eleger – apesar da campanha maciça de Gabriel em suas redes a favor do pai.

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