O que é o ‘golpe da garra fraca’, esquema na mira da Polícia Civil

Grupo adultera máquinas de bichinhos de pelúcia, dificultando liberação de brindes; equipamento interfere na corrente elétrica e reduz a potência da fisgada

Por Da Redação
28 ago 2024, 14h25
Máquinas de bichinhos de pelúcia adulteradas dificultam liberação de brindes
Jogo de azar: máquinas de bichinhos de pelúcia apreendidas têm dispositivo que dificulta liberação de brindes (TV Globo/Reprodução)
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Em vez de habilidade, sorte. A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) investiga um esquema de adulteração máquinas de bichinhos de pelúcia para dificultar a liberação dos brindes — e descobriu o “golpe da garra fraca”. A investigação começou em maio, após uma denúncia de que os bichinhos oferecidos em máquinas de shoppings do Grande Rio eram falsificados. Nesta quarta (28), os agentes saíram para cumprir 19 mandados de busca e apreensão, na 2ª fase da Operação Mãos Leves. Também foi cumprido um mandado em Santa Catarina.

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A delegacia especializada descobriu que o grupo instala em cada equipamento um contador de jogadas que interfere na corrente elétrica que alimenta a grua para fisgar as pelúcias — que o cliente acredita controlar. Segundo as investigações, somente após um determinado número de créditos o grampo libera a potência necessária para a garra pegar um brinquedo.

Um dos endereços em que os agentes estiveram, um galpão em Inhaúma, na Zona Norte do Rio, sede da Black Entertainment, havia dezenas de máquinas e centenas de brinquedos que peritos identificaram serem pirateados.  As máquinas adulteradas eram colocadas nessas divisórias e encaminhadas para shoppings. Segundo o delegado Pedro Brasil, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, todos os aparelhos encontrados na Black estavam com o contador de jogadas.

Exames realizados por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) em máquinas apreendidas na primeira fase da investigação demonstraram que o sistema era adulterado. “Dessa forma, torna-se evidente que se trata de um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do ganho depende da sua habilidade ao operar a grua, mas, segundo a perícia, depende exclusiva ou principalmente da sorte”, afirmou a polícia, em nota. Um dos alvos já foi investigado pela prática de jogo de azar vinculado a máquinas caça-níqueis, o que levantou a suspeita da participação do Jogo do Bicho na atividade.

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Além das máquinas e das pelúcias, foram apreendidos celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados para que a Polícia Civil tente desvendar a estrutura do grupo criminoso. O objetivo é também identificar a participação de outros integrantes e de organizações criminosas envolvidas. Os investigados podem responder por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial e associação criminosa, além da contravenção de jogo de azar. As investigações também prosseguirão para apurar eventual prática de lavagem de dinheiro.

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