Histórias Cariocas

Por Lula Branco Martins
Atualizado em 5 jun 2017, 14h52 - Publicado em 1 set 2011, 22h38
Antonio Batalha
Antonio Batalha (Redação Veja rio/)
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Bar e “restaurante de garagem” vão invadir o Palácio

Quem passa apressado ou de carro pela Rua São Clemente, no bairro de Botafogo, às vezes nem nota como é bonito o Palacete Linneo de Paula Machado, que em outubro recebe o evento de decoração Casa Cor Rio. Já na 21ª edição, a mostra de designers e arquitetos contemporâneos promete abalar as estruturas desta suntuosa mansão de linhas francesas, construída no século XIX, com seus trinta quartos. O lugar, fechado em 2005, quando morreu seu derradeiro dono, o criador de cavalos Francisco de Paula Machado, vem sofrendo nos últimos dias, digamos assim, uma invasão de criatividade. Serão montados bares onde antes havia cozinhas, um restaurante chique na garagem detonada e um quarto infantil que tem móveis que podem crescer junto com as crianças.

Goo-goo, give-give

iStockphoto
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Pequenos cariocas mais ou menos deste porte já estão, veja só, aprendendo inglês. Até o fim do ano se formará a primeira turma de bebês do Dice, curso de línguas, na Lagoa, especializado na educação de crianças e adolescentes, e que agora ampliou sua proposta: desde julho matricula nenéns com idade de 6 a 10 meses. São duas ou três aulas por semana – dependendo, claro, do humor do infante. Eles passam uma hora e meia ouvindo dos professores palavras curtas, sonoras, especialmente as que têm as letras P ou B, como “apple” (maçã) e “ball” (bola), pois são mais fáceis de guardar. “Mom” (mamãe) é outro vocábulo campeão por ali. Até na hora da mamadeira ou de trocar fraldinha, tudo deve ser dito in English. As classes têm seis alunos, e seus pais pagam 400 reais por mês.

Memória da Cidade

Ag. O Globo
Ag. O Globo ()
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Bons tempos aqueles em que Pelé (sentado, jogando dama com as brancas) e seus colegas da Seleção de 1962 podiam descansar no Hotel das Paineiras, no Parque da Tijuca, entre o Cosme Velho e o Cristo Redentor. O lugar está abandonado desde 1984 e no semestre passado serviu de tema para o trabalho de um grupo de alunos de Telejornalismo da PUC – que pode ser visto no You Tube. A juventude e a beleza das apresentadoras contrasta com os destroços, o mofo e as aranhas hospedadas em quartos que já receberam presidentes e rainhas, além dos craques. Erguido em 1884, o principal concorrente do Copacabana Palace nos anos 30 conta desde 2009 com plano de reconstrução, por ora engavetado. Um escritório de arquitetura paulista ganhou a concorrência, mas o projeto ainda está em fase de avaliação econômica.

Trabalho de monge

Guanabara Tejo
Guanabara Tejo ()

No início dos anos 50, quando a China comunista invadiu o Tibete e o incorporou a seu território, Mao Tsé-Tung expulsou os lamas e ordenou uma queima de bibliotecas daquela nação tão zen quanto gelada. Vivo fosse, o ditador teria um ataque se passasse ali em Santo Cristo, perto da rodoviária, e visse o ateliê que budistas cariocas montaram em agosto de 2010 só para fabricar livros – não qualquer obra, mas os 112 volumes do Kanjur, a bíblia tibetana. Um ano depois, 150 000 exemplares (compridos, com capa banhada em ouro) enfim ficaram prontos e seguem de navio para monastérios de países como Índia e Nepal, onde monges saídos da capital, Lhasa, estudam, exilados. O projeto foi tocado pelo Centro Nyingma, que funciona na Fonte da Saudade.

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Angolanas motorizadas

Adrana Lorete
Adrana Lorete ()

O prato da foto está com os dias contados. Trata-se da faraona com polenta, que vem sendo servida desde a semana passada, por 79 reais, no D?Amici, casa italiana no Leme. O problema é que essas galinhas-d?angola, que chegam ao restaurante apenas uma vez por ano e em não mais que 200 unidades, duram no cardápio no máximo quinze dias. E aí, um abraço, agora só em 2012. Saem rápido assim porque sua carne é mais firme, roxa, saborosa – são aves que não sabem o que é vida em cativeiro. Mas por que aparecem só nessa época? Tem a ver com as férias anuais do sócio Antônio Salustiano, que adora descansar em agosto e sempre viaja para sua fazenda em Guaraciaba, no Ceará: lá mesmo faz o abate e traz tudo embalado, dentro de sua picape.

Uma frase que viaja pelo mundo

Divulgação
Divulgação ()

Dia no Japão, noite no Rio. Navegando há algumas semanas na internet, Lúcia Pumar, dona da loja que leva seu sobrenome, em Copacabana, vê que fotos de seus produtos acabam de ser postadas num blog japonês. Tenta entender por que suas sandálias e cadeiras foram parar ali, mas está tudo escrito com impenetráveis ideogramas. Só há um termo em letras do alfabeto latino, grafado com erro, mas entendível: “carioquez”. Aos poucos, percebe que se trata de uma reportagem sobre o Profeta Gentileza, pregador dos anos 80 e 90, que pintava inscrições pelos muros da cidade. Para ilustrar o texto, a blogueira usou imagens com frases do filósofo de rua e acabou divulgando a marca carioca mundo afora. Agora as sócias torcem para que a nipônica resolva fazer matérias sobre guarda-chuvas e guarda-sóis.

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