Into reduz espera por cirurgia quase à metade em cinco anos

Diminuição da fila faz parte de um acordo judicial que o Into fez em 2015 com o Ministério Público Federal

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 Maio 2017, 15h27 - Publicado em 15 Maio 2017, 15h26
Atualmente, cerca de 11 mil pacientes aguardam por uma cirurgia, o número passava de 21 mil em 2011 (Agência Brasil/Divulgação)
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O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), na zona portuária do Rio de Janeiro, reduziu a lista de espera por cirurgias em quase à metade em cinco anos. Atualmente, cerca de 11 mil pacientes aguardam por uma cirurgia, o número passava de 21 mil em 2011. A diminuição da fila faz parte de um acordo judicial que o Into fez em 2015 com o Ministério Público Federal (MPF).

O resultado foi possível graças a uma parceria com a Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ [Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia]. Por meio de um mapeamento matemático foi possível aumentar a rotatividade dos leitos e fazer uma análise mais criteriosa da fila de espera. Hoje se sabe exatamente o número de pessoas na fila e seus contatos atualizados.

Cirurgião do instituto desde 1994, o diretor-geral do Into, Naasson Cavanellas, explicou que a mudança na logística da lista de espera vem ocorrendo desde 2014. “Hoje, se temos pessoas de cinco a dez anos nessa espera, é porque não foram encontradas no recadastramento ou não tiveram liberação do risco cirúrgico para algum procedimento complexo”, disse.

Segundo o diretor, a redução só não é maior, porque a fila é dinâmica. No ano passado, o instituto fez mais de 9,1 mil cirurgias, porém ingressaram no instituto mais 7 mil pacientes à espera. Apesar dos avanços, o diretor disse que os obstáculos são grandes para a melhoria dos serviços. “O Into não apenas faz cirurgias, temos outros objetivos, principalmente no que diz respeito a ensino e pesquisa. Além disso, atendemos o Brasil inteiro e temos um número limitado de leitos. Não há concursos há muito tempo, quando há, muitas pessoas admitidas são muito jovens e sem experiência. Para uma cirurgia de coluna, por exemplo, é necessária experiência de pelo menos dez anos”, disse Cavanellas. “Apesar da crise, temos tentado manter o padrão de qualidade, de atendimento e da medicina que fazemos”.

Falta investimento

Autor da ação civil pública que originou o acordo judicial com o MPF, o defensor público da União Daniel Macedo elogiou o esforço e desempenho do Into. “Eles têm feito um trabalho excepcional. Várias metas foram colocadas e o Into vem alcançando todas as metas”, disse. “Cerca de 2% ou 3% dos pacientes esperavam havia dez anos e boa parte deles já fizeram a cirurgia. Enquanto as filas aumentaram nos outros seis hospitais federais no Rio, no Into ela diminuiu, lembrando que o Brasil inteiro aflui para o Into quando tem um problema ortopédico”.

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O defensor, no entanto, teme que, por falta de maior investimento e contratação de profissionais, o instituto não consiga alcançar a meta de realizar cerca de 10 mil cirurgias por ano. “Há dois anos, o governo tem liberado o orçamento ao Into de forma parcelada com apenas dois meses de antecedência, prejudicando a gestão. Além disso, não tem havido concursos periódicos para ingresso de novos ortopedistas. O Ministério da Saúde contratou temporariamente médicos para o Into, mas os contratos não estão sendo renovados”.

O Into responde por 72,3% das cirurgias de traumato-ortopedia de alta e média complexidade na capital fluminense e por 54,4% das cirurgias desse tipo feitas no estado do Rio de Janeiro. Também faz mutirões de cirurgias em outros estados do país.

Desde a mudança para o prédio atual, em 2011, e a readequação da capacidade do instituto, o número de cirurgias anuais aumentou 62%. Em 2011, havia 5.662 cirurgias. Cinco anos depois, o número chegou a 9.156. De 2011 a 2016, o número de cirurgias de coluna aumentou 133%; de quadril, 98%; e de joelho, 62%.

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