Izaquiel Gielman comanda instituição para crianças superdotadas

Sem fins lucrativos, o Instituto Rogerio Steinberg, no Jardim Botânico, atende jovens de áreas carentes

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 13 Maio 2017, 00h13 - Publicado em 13 Maio 2017, 00h13
 (Selmy Yassuda/Veja Rio)
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Em 1986, o casal de engenheiros Jacob e Clara Steinberg sofreu uma perda irreparável. Aos 34 anos, o filho Rogerio faleceu em um acidente de carro. A superação da dor veio em forma de ação: em 1997, eles deram início a um projeto voltado para crianças e adolescentes pobres e, como o filho, superdotados. Jacob e Clara morreram em 2013 e 2014, respectivamente, mas o Instituto Rogerio Steinberg continua a pleno vapor na sede do Jardim Botânico. Hoje, a organização, sem fins lucrativos, é presidida pelo engenheiro Izaquiel Gielman, que cuida do legado do casal desde meados de 2015. “A Clara acreditava que pessoas talentosas existem em qualquer classe social. Só precisam de ajuda para ter oportunidades e desenvolver suas habilidades”, afirma. Com base nessa filosofia, o IRS auxilia meninos e meninas de baixa renda que se enquadram na definição de superdotado do Ministério da Educação. Ou seja, que possuem potencial elevado e grande envolvimento com áreas do conhecimento humano, como artes, criatividade e liderança.

“Pessoas talentosas existem em qualquer classe social. Só precisam de ajuda para ter oportunidades e desenvolver suas habilidades”

Para encontrar esses talentos, Izaquiel conta com a ajuda de professores e diretores de 42 instituições, entre entidades beneficentes e escolas públicas. “Eles indicam os alunos que possuem as maiores notas e nós aplicamos testes complementares, de português, matemática e o dos 5Cs, uma prova com 35 perguntas que avaliam competência, caráter, compaixão, confiança e conexão”, detalha o engenheiro. Depois dos testes, os aprovados — neste ano foram 36, dos 57 indicados — ainda têm de passar por uma entrevista social, na qual precisam comprovar renda familiar de até dois salários mínimos. Os selecionados começam, então, a ter aulas gratuitas, duas vezes na semana, de codificação, robótica, xadrez, teatro, empreendedorismo e orientação profissional, entre outras. “São dois ciclos: o primeiro dura três anos e é voltado para crianças do 3º ao 6º ano. Já o segundo, de dois anos, atende estudantes a partir do 7º ano”, explica Izaquiel, que atualmente recebe 304 alunos. “O objetivo é que esses jovens em situação de vulnerabilidade social possam ter, no futuro, uma vida melhor que a dos pais e sejam exemplos em sua comunidade.”

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