Creperia La Putaria muda após censura e luta para registrar o novo nome
Donos do endereço que faz sucesso em Ipanema com doces em forma de órgãos sexuais querem trocar o nome da rede no Brasil para La Censura
O sucesso de público é imenso desde a abertura, e a verdade é que as polêmicas geradas pelos setores conservadores da sociedade de Ipanema, bairro que já foi conhecido pelas ideias de vanguarda, só fizeram impulsionar as vendas na loja de waffles em formatos de pênis a vaginas que abriu há oito meses com o nome na fachada: La Putaria. A interdição judicial veio um mês depois da abertura, em medida cautelar obtida pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.
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Desde então, a saída para a loja funcionar sem pendengas judiciais foi cobrir o letreiro. Após alguns dias fechada nesta semana para reparos, a loja reabriu mantendo o novo nome: La Censura. O letreiro, porém, permanece coberto esperando a autorização da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
“Há quatro meses tentamos registrar o novo nome, desde que o termo ‘putaria’ foi proibido. Mas a Senacon até agora não nos deu retorno. Somos um comércio e precisamos nos identificar“, diz a empresária mineira Juliana Lopes, fundadora da marca ao lado do marido, o austríaco Robert Kramer.
As regras da Justiça em relação à proibição da exposição dos produtos, e a venda para maiores de 18 anos estão sendo seguidas desde a inauguração, mas Juliana ainda vê uma legislação seletiva em relação à loja, afirmando que há na cidade sex shops com produtos expostos.
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A La Putaria tem hoje endereços de sucesso em Lisboa, Roma e Belo Horizonte, com São Paulo a caminho. Não há problema algum ou rejeição nos países europeus, mas a situação no Brasil deve levar à mudança para o novo nome La Censura em todas as lojas.