Laudo da polícia comprova que 12 árvores foram envenenadas na Tijuca

Líquido recolhido nas cascas dos troncos revelou a presença do hebicida Picloram; crime ambiental tem pena de um ano de prisão por árvore morta

Por Da Redação
Atualizado em 7 set 2023, 14h15 - Publicado em 7 set 2023, 13h29
Árvores envenenadas na Tijuca
Árvores atacadas: passados mais de quatro meses, marcas de um substância azulada ainda podem ser vistas na base dos troncos (TV Globo/Reprodução)
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Árvores dos dois lados da Rua Afonso Pena, perto da esquina com a Gonçalves Crespo, na Tijuca, foram vítimas de um crime ambiental. O resultado de um exame feito por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, comprovam denúncias dos moradores do bairro, que perceberam nelas a presença de um líquido misterioso: o tal líquido é um herbicida usado para exterminar vegetação e ervas daninhas. Uma dúzia de exemplares de Licania tomentosa (nome científico do oiti, segundo a Fundação Parques e Jardins) foi envenenada. Caso sejam identificados, os autores do crime de supressão de vegetal podem ser condenados a um ano de prisão por cada árvore atacada.

O ataque aconteceu em abril, mas, passados mais de quatro meses, marcas de uma substância azulada ainda podem ser vistas nas bases das árvores atingidas e ainda de pé. Seis delas estão praticamente mortas, secas e sem folhas. Ao longo de 300 metros, restos de raízes nos canteiros mostram que outros seis pés foram cortados, pois corriam risco de queda. Dez pessoas já foram ouvidas no inquérito.

Segundo o laudo pericial foi feito por um perito com formação em biologia, a pedido da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). A especializada investiga o caso. O exame de laboratório de amostras do líquido recolhidas nas cascas dos troncos revelou a presença de Picloram, herbicida utilizado para controle de plantas daninhas. O produto é proibido na cidade do Rio e pode causar problemas como contaminação do solo e da água. De acordo com o documento, ao qual o jornal O Globo teve acesso, a substância (provavelmente em alta concentração) foi despejada diretamente na base dos troncos, a uma distância de aproximadamente 50 centímetros do chão. O laudo diz ainda que não foram constatados furos ou cortes nos troncos, e que as manchas azuis apresentavam padrão de escorrimento. Apesar da presença de diversos prédios residenciais na vizinhança, nenhuma câmera de segurança flagrou a ação dos criminosos.

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