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Carta ao leitor: lições de vida

Da advogada Mariana Muñoz à cantora Ludmilla, um monte de gente batalha todos os dias pelo simples direito de seguir em paz a sua própria orientação sexual

Por Fernanda Thedim
Atualizado em 18 set 2020, 14h55 - Publicado em 18 set 2020, 06h00
Ludmilla: “Ninguém pergunta a um hétero como ele se descobriu" (Chico Cerchiaro/Divulgação)
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Lição número 1: “Em relações de parentesco, amizade, trabalho, há muitos valores importantes que fazem diferença, mas a preocupação geral é sempre com quem a gente está dormindo”. Lição número 2: “Temos de parar de querer colocar as pessoas em caixinhas, rótulos. Somos múltiplos”.

Da advogada Mariana Muñoz, autora da primeira frase, à atriz Nanda Costa, que prega o fim do encaixotamento do desejo, um monte de gente batalha todos os dias pelo simples direito de seguir em paz a sua própria orientação sexual – sem amarras impostas por padrões de comportamento, política ou religião.

Mariana, Nanda, estudiosos do assunto e outros personagens entrevistados na capa desta edição narram progressos. O avanço é impulsionado por maior acesso à informação, por celebridades falando sem medo sobre o assunto e pela nova geração. Por outro lado, a intolerância perdeu o pudor e, na nossa sociedade, se manifesta de forma particularmente violenta.

Só que ninguém segura o desejo. Segundo pesquisas do Programa de Estudos em Sexualidade, da USP, o número de pessoas no Rio de Janeiro que se reconhecem como bissexuais cresceu 60% no espaço de menos de uma década.

A lição número 3 é da cantora Ludmilla. “Ninguém pergunta a um hétero como ele se descobriu. A gente tem de parar de questionar a condição de qualquer ser humano, entender a naturalidade desse caminho”, diz ela, nesta matéria de VEJA RIO com jeito de serviço de utilidade pública.

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A ideia é desarmar corações e mentes para que mais e mais pessoas façam como ensina a canção O Seu Amor, de Gilberto Gil: “O seu amor / Ame-o e deixe-o / Ser o que ele é / O seu amor / Ame-o e deixe-o / Livre para amar”. Pode-se chamar de lição número 4.

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A edição de setembro traz ainda uma carta inédita que a escritora Nélida Piñon dedica à amiga Clarice Lispector (1920-1977), notícias sobre a resistência ao uso de máscara – diga-se: obrigatório – na cidade, o avanço dos pequenos negócios durante a pandemia e a explosão do ciclismo entre os cariocas, além de retomar o VEJA RIO Recomenda.

Na seção, dedicada à programação gastronômica e cultural, o leitor poderá consultar o cardápio de bares e restaurantes que abriram as portas após a flexibilização das atividades e ficar por dentro das novas exposições em cartaz nos museus. Boa leitura.

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Fernanda Thedim, editora-chefe

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