Aumento desordenado de redes de beach tennis vai parar na Justiça

Grupo Ação Ecológica alega que a orla é uma Área de Proteção Ambiental e que está havendo a descaracterização de um patrimônio paisagístico

Por Da Redação
20 jun 2022, 13h33
2ª etapa do Circuito Fairmont de Beach Tennis, em Copacabana
Beach Tennis: ocupação das areias do Rio já chegou ao MP estadual e será levada ao MPF. (Juber Union Four/Divulgação)
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Uma batalha vem sendo travada nas areias do Rio. Ela começou na Praia de Ipanema, entre o Jardim de Alah e a Rua Henrique Dumont, onde se instalou o maior point do Rio de beach tennis. Mas a disputa se dá fora da “quadra” – e muito por causa dela, já que o problema começou justamente por conta do chamado loteamento da orla por equipamentos fixos, o que reduz o espaço de banhistas. A batalha já chegou ao Ministério Público estadual (MPRJ), depois que uma denúncia anônima, encaminhada ao órgão no mês passado e transformada em processo interno, está sob análise do promotor Pedro Rubim Borges Fortes, da Promotoria de Ordem Urbanística, e cita a ocupação desordenada e agressiva ao meio ambiente nesse trecho da areia. As informações são do jornal O Globo.

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O Grupo Ação Ecológica (GAE) vai entrar na briga, e ampliá-la para todo o litoral da cidade e a outros esportes. Segundo o advogado Rogério Zouein, diretor do GAE, como a praia é um bem da União, ingressará com representação no Ministério Público Federal (MPF). A alegação é de que a orla é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e que está havendo a descaracterização de um patrimônio paisagístico. Ele lembra que a paisagem é o bem maior da cidade, segundo sua Lei Orgânica e seu Plano Diretor.

“As traves e as redes de vôlei, futevôlei, beach tennis, montadas indefinidamente, formam um verdadeiro varal de roupas nas praias da Zona Sul, da Barra e do Recreio. Deveriam ser retiradas após o uso. Virou um mafuá; é preciso ordem”, reclama Zouein ao Globo.

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“Fico meio assustado, porque não sei onde essa ocupação vai terminar. Não fazem sequer um “corredor  humanitário”. Antes, havia lugar na areia até para soltar pipa. Agora, dominaram um espaço público. Para segurar as quadras, depois do nivelamento, chegam a cercá-las com sacos de areia, que acabam furando e sujando a praia”, afirmou o designer Sérgio de Souza, de 52 anos e morador há 17 na Henrique Dumont, que apela: — Queremos beach beach.

O beach tennis predomina hoje entre os 300 espaços para atividades esportivas e físicas licenciadas na orla, também ocupada por 1.118 barracas autorizadas, montadas na areia. Vice-presidente da Associação de Beach Tennis do Estado do Rio (Abterj), João Paulo Nunan estima que haja mais de 400 redes para a prática do esporte, inclusive na Praia da Bica, na Ilha do Governador. Licenciadas pela Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) são 73, número que supera o do futevôlei (64), segundo colocado, e o do vôlei (42). Uma quadra de beach tennis mede 16m por 8m, ou 128 metros quadrados, sem recuos.

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“O beach tennis chegou ao Brasil em 2008, mas começou a crescer muito em 2021. Com a pandemia, as pessoas passaram a procurar atividades ao ar livre. E, no caso do beach tennis, a idade não atrapalha“, disse Nunan, acrescentando que uma hora de aula custa R$ 50, em média, e pacotes mensais, com duas aulas semanais, variam de R$ 280 a R$ 320.

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