Megaoperação: metade dos corpos já foi liberada pelo IML
Foram usados bancos de dados de fora do Rio para cruzar informações e confirmar identidades de mortos de estados como Pará, Ceará, Goiás e Bahia
Mais da metade dos corpos dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, nesta terça, já passou por necropsia e começou a ser identificada no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto. O IML solicitou acesso a bancos de dados de fora do Rio para cruzar informações e confirmar identidades de mortos. Ao menos 25 deles são de estados como Pará, Ceará, Espírito Santos, Goiás e Bahia. Os corpos já periciados já começaram a ser liberados para a retirada das famílias, um trabalho em mutirão que não tem previsão de quando vai terminar.
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Desde as primeiras horas da manhã desta quinta (30), o IML do Rio registra movimentação de parentes em busca de informações sobre desaparecidos. Um posto do Detran-RJ, ao lado do IML, foi disponibilizado para acolher e realizar o atendimento às famílias. A Polícia Civil informou que o acesso ao IML está restrito à corporação e ao Ministério Público.
A ação da polícia fluminense, batizada de Operação Contenção, é considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos confirmados, sendo 4 policiais civis e militares. À tarde, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da Defensoria Pública e de outros órgãos devem visitar o IML para acompanhar os trabalhos de perícia e identificação. Técnicos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também estão realizando perícias independentes nos corpos, em meio às denúncias de possíveis execuções e outras irregularidades.
O procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, afirmou nesta quarta (29) que o acesso e a checagem das imagens são parte essencial da apuração sobre as mortes ocorridas durante a ação. O pedido ocorre após o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, reconhecer que parte dos registros pode ter sido perdida devido à duração limitada das baterias dos equipamentos.
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A operação, que envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo desarticular o Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. A ofensiva resultou em confrontos intensos, especialmente na Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha.





