Mercado São José reabre em Laranjeiras
Curadoria da Junta Local reúne produtores, restaurantes e agenda cultural em espaço histórico
Após sete longos anos de espera e quase dois de reformas, o Mercado São José reabriu as portas no último domingo (21). Reformado pela prefeitura, que em 2023 adquiriu o prédio e o terreno vizinho ao INSS por 3 milhões de reais, o novo polo gastronômico e cultural da cidade é administrado pelo consórcio liderado pela Engeprat, estruturado pela Konek Transformação Imobiliária e com curadoria da Junta Local, vencedora da concessão para gerir o espaço por 25 anos.
+Para brindar a primavera: Rio recebe feiras e eventos dedicados ao vinho
Os investimentos na recuperação do edifício — inaugurado em 1944 e tombado cinquenta anos depois — somaram 8,5 milhões de reais. Ao todo, são onze boxes, duas lojas e três restaurantes distribuídos entre a construção histórica original e o anexo recém-criado, que conta com pátio coberto e climatizado, áreas de convivência e terraço. A expectativa é receber cerca de 5 000 visitantes aos fins de semana. “O espaço traz a mesma essência de antes, representa a alma carioca e movimenta a economia local”, avalia o prefeito Eduardo Paes.
+Sorvete de azeite? As surpresas veganas da Hoba no Novo Mercado São José
Localizado estrategicamente entre o Largo do Machado e o Parque Guinle, o novo mercado conta com curadoria e administração da Junta Local, que há onze anos é responsável por articular feiras e plataformas de venda direta de pequenos produtores. Criada em 2014 pelos sócios Thiago Nasser, Bruno Negrão e Henrique Moraes — que se desligou em 2019 —, a iniciativa passou recentemente por mudanças internas.
Após a vitória na concorrência, divergências levaram à saída de Bruno Negrão, e hoje somente Thiago Nasser permanece à frente do projeto. Há planos para que o coletivo de Instagram @locandaoficial, de pequenos empreendedores, se torne uma organização formal. “O novo São José é uma leitura contemporânea de um mercado de abastecimento público. Não é só um lugar para comprar, é um ponto de encontro. Quem vem aqui quer provar coisas diferentes e se conectar com quem produz, com o bairro e com a cidade”, define Thiago Nasser.
+Expo Le Cordon Bleu oferece aulas de chefs renomados em Botafogo
Ele afirma que a programação artística começa em novembro, com agenda de feiras temáticas, rodas de samba e outras atividades, com direito a chamada aberta na região. A lista de operações — são catorze no total — vai do hortifruti orgânico à primeira filial carioca do restaurante Locanda, estabelecido em Petrópolis, passando pela sorveteria vegana Hoba, a Absurda Confeitaria, de Henrique Rossanelli, e o Culto Café, com foco em grãos especiais. “É uma aposta para ampliar conexões, não só no Rio, mas para angariar parceiros de outras regiões do Brasil”, ressalta Sandra Canton Cardoso, que comanda o capril Rancho das Vertentes, referência em queijos artesanais de cabra e laticínios premiados de Barbacena, em Minas Gerais, ao lado do marido, Edson da Costa Cardoso, que resolveu se estabelecer no novíssimo point das Laranjeiras.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Na seara etílica e gastronômica, a rede Brewteco ocupará dois espaços, incluindo uma pizzaria no prédio anexo. “O Mercadinho é um ícone carioca e estava fazendo falta. Para a nova guarda da boemia, é muito importante estar aqui”, elogia Rafael Thomaz, sócio-fundador do Brewteco.
O bairro das Laranjeiras e todo o Rio — satisfeitos — sorriem.
Bondai é quiosque para relaxar com comida boa no visual da Barra