Com quatro provas até dezembro, natação no mar cai no gosto dos cariocas
Fortalecimento da imunidade e diminuição de tensões físicas estão entre as vantagens da prática
Por volta da meia-noite de 25 de janeiro de 2025, Vinny Souza se lançou nas águas do Leme. Dez horas e 36 quilômetros se passaram até que o atleta saísse na Praia do Recreio, tornando-se o homem mais jovem a completar a Travessia do Leme Ao Pontal na categoria sem neoprene, aos 29 anos.
“Eu sabia que, quando terminasse o percurso, minha vida nunca mais seria a mesma”, comenta ele, que viu a quantidade de alunos aumentar nas escolinhas que trabalha em Laranjeiras, Praia Vermelha e em Copacabana, ao passo em que começou a receber inúmeros convites para participar de competições.
O instrutor se prepara, agora, para a próxima edição do Rei e Rainha do Mar, que volta ao Leblon em 28 de setembro, após oito anos. Serão dezoito provas, e a expectativa dos organizadores é receber aproximadamente 3 500 participantes de todos os níveis e idades.
Até o fim do ano, aliás, Rio e Niterói vão sediar outros três torneios em mar aberto, um reflexo do interesse crescente na prática. Em março, o Rainha do Mar em Copacabana reuniu mais de 2 000 nadadoras da categoria de elite, um aumento de 133% em relação a 2022.
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O isolamento imposto pela pandemia de covid-19 foi um dos fatores que fez com que muitos entusiastas e atletas de alto rendimento se interessassem por nadar no mar, impulsionando o surgimento de novas assessorias e escolas de natação em águas abertas pela cidade — a maior parte fica em Copacabana, na Urca e no Flamengo.
A cantora Roberta Sá, 44, se apaixonou pela atividade na época em que as medidas sanitárias foram flexibilizadas. Buscando cuidar da saúde mental, a potiguar começou a fazer aulas particulares na Praia de Copacabana, em uma rotina pesada, com duas a quatro sessões por semana, a fim de aliviar o sufoco dos tempos de quarentena.
A artista revela que seguiu nadando com essa intensidade até o sétimo mês de gravidez, em 2022. Equilibrando a agenda de shows e os cuidados com a filha, Lina, ela consegue nadar ocasionalmente.
“Sinto que a natação se tornou uma ferramenta que me acompanha de forma permanente. O meu jeito de cantar melhorou muito e eu passei a respirar e a controlar a ansiedade de um novo modo. Para mim, há um poder meditativo nesse esporte”.
A convite de uma amiga, resolveu fazer uma aula experimental em uma assessoria e nunca mais parou. Nos últimos três anos, participou de diversas travessias e competições.
Sobre as diferenças entre praticar em clubes e no oceano, ela garante que, nas praias, a flutuação é melhor, o circuito é menos repetitivo, e o exercício coletivo traz sociabilidade.
Já em relação às desvantagens, inclui a dificuldade em se adaptar às ondas nos dias mais agitados e sente que a visibilidade é desfavorecida quando a água está suja.
“Depois de muito tempo no mar, fiz um treino na piscina e achei chato. Na Praia Vermelha, quando respiro de um lado, vejo o Pão de Açúcar e, do outro, o Cristo Redentor. Para mim, isso já é motivo suficiente para a minha predileção”.
O cenário e os 86 quilômetros de orla favorecem e convidam a revigorantes braçadas.
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