Vanguarda virtual

Novo simulador acelera a formação de condutor do metrô, embora a tecnologia de ponta abra mão desse profissional

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 2 jun 2017, 13h05 - Publicado em 25 jun 2014, 18h06
Felipe Fittipaldi
Felipe Fittipaldi (Redação Veja rio/)
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Uma nova máquina tem sido a atração na sede da concessionária Metrô Rio, no Centro. Trata-se de um simulador francês adquirido no mês passado por 7 milhões de reais, que reproduz em detalhes a cabine de um comboio. Instalado em uma sala com isolamento acústico, ele exibe as mesmas chaves e comandos de um gabinete de verdade. Para ser o mais semelhante possível à realidade, uma tela de 100 polegadas mostra as vias do sistema carioca com seus devidos sinais e as paisagens em torno delas. O software testa a capacidade do condutor de reagir a imprevistos de toda ordem, do travamento das portas até a ocorrência de uma tempestade em um trecho de superfície. Do lado de fora, com o olhar atento às imagens captadas no interior do cubículo, os orientadores acompanham a reação dos alunos. “Funciona como um videogame hiper-realista, a exemplo dos simuladores de voo. Ele se presta a cursos de formação ou reciclagem”, diz Joubert Flores, diretor de engenharia da empresa de transportes.

Digna Imagem/Clóvis Ferreira
Digna Imagem/Clóvis Ferreira ()

Usado para treinamentos em metrópoles como Paris e Londres, o aparelho vai reduzir o tempo para a formação dos condutores de oito para quatro meses. É uma medida bem-vinda, já que a expansão do sistema até a Barra demandará a contratação de maquinistas, que hoje somam 274 profissionais. Para isso, há quatro turmas em curso, com quinze alunos em cada uma delas. Outra vantagem atribuída ao simulador é que ele evita a utilização de um trem de verdade para as aulas práticas, algo danoso para um sistema tão saturado. Porém, o que parece ser o suprassumo da tecnologia na verdade pode soar como vanguarda do atraso. “Em São Paulo, há uma linha que funciona sem condutor. Ela é toda automatizada, o que torna a operação muito mais precisa”, diz o especialista em engenharia de transporte Fernando MacDowell (veja o quadro abaixo). “Enquanto isso, a nossa Linha 2 ainda é totalmente manual, bem arcaica.” Apesar de não dispensar o condutor, a Linha 1 trafega em piloto automático, exatamente como funcionará também a Linha 4. No trecho Saens Peña-Can­tagalo, computadores de bordo são capazes de trocar informações e regularizar os intervalos entre as composições, o que resulta no transporte de um maior número de passageiros em menos tempo e com mais segurança ? algo que deveria ser o padrão em toda a malha de trilhos.

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