Número de escolas fechadas por tiroteios este ano já é maior que o de 2022

Aumento foi de 97,5%; mais de 160 mil alunos tiveram suas rotinas escolares afetadas pela violência armada só no primeiro semestre de 2023

Por Da Redação
1 ago 2023, 13h31
PM reforça patrulhamento em escolas da Tijuca
Escolas: conflitos armados prejudicam estudantes da rede municipal. (Polícia Militar/Divulgação)
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Só no primeiro semestre de 2023, já foram registrados mais fechamentos de escolas municipais por causa de confrontos armados no Rio do que em todo o ano anterior: já foram 2.129 este ano, enquanto 2022 teve 1.078 casos – um aumento de 97,5%. Com isso, o número de alunos que tiveram suas rotinas escolares afetadas pela violência já chega a 163.386 até agora, contra 160 mil estudantes prejudicados no ano passado. E o número de unidades escolares afetadas também aumentou. Ao longo de todo 2022, houve 405 unidades com ao menos um dia letivo interrompido devido aos confrontos. Neste ano, 500 escolas já passaram por isso

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Responsáveis pelos estudantes costumam receber mensagens avisando sobre confrontos. “Aqueles que puderem vir buscar sua criança, o quanto antes, agradecemos. Estamos com problemas na região e não sabemos como ficará daqui pra frente”, diz o recado enviado pela direção de uma unidade escolar aos pais por causa de um tiroteio na vizinhança.

“Existe toda uma geração de alunos cariocas que estão tendo seu ensino prejudicado por conta da insegurança e dos confrontos armados. É inconcebível um aluno perder 21 dias letivos, como já aconteceu em uma de nossas escolas este ano, por causa da violência”, diz o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.

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Para tentar garantir a segurança de alunos e de toda a comunidade escolar, a Secretaria municipal de Educação implementou o programa Acesso Mais Seguro, uma parceria com a Cruz Vermelha Internacional. Mas, com o crescimento descontrolado da violência armada, seja em operações policiais, brigas entre facções do tráfico de drogas ou disputas da milícia, admite que é impossível que o programa pedagógico não seja comprometido. “Isso não pode ser normal. Tem alguma coisa muito errada na segurança pública quando a gente deixa de se concentrar no aprendizado para poder entender se vamos conseguir abrir as unidades escolares“, acrescenta Ferreirinha, que faz um apelo aos responsáveis pela segurança pública: “O apelo que a gente faz, seja para as polícias, seja para os outros órgãos, é que priorize as nossas escolas. É que o funcionamento das nossas escolas tem que ser considerado uma prioridade quando vai se tomar uma decisão a respeito do que vai acontecer na cidade, o que vai acontecer em qualquer região. Porque a gente não pode normalizar o fato de uma criança passar 10, 20, 30 dias por ano sem aula devido à violência.

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À TV Globo, a Polícia Militar informou que as ações da corporação são pautadas por informações de inteligência e planejamento prévio, tendo como preocupação central a preservação de vidas e o cumprimento irrestrito da lei. E que o comando da corporação tem dedicado atenção especial ao desenvolvimento de projetos que buscam ações preventivas e aproximação com a sociedade, com atuação em áreas carentes. Segundo a PM, o Programa Patrulha Escolar e de Proteção à Criança e ao Adolescente tem mais de 1.600 policiais e fez mais de 43 mil visitas a escolas. A PM disse ainda que a opção pelo confronto armado é sempre dos grupos criminosos, que insistem em tentar impor domínio territorial e atentar contra o poder público. E que são incessantes as ações conjuntas com a Polícia Civil para estabilizar regiões e prender bandidos.

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