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Tentativa de assalto e roubos mostram perigo na Ponte Rio-Niterói

Com uma arma de plástico, Jhon Lenon Silva Barbosa, 25 anos, tentou assaltar um ônibus no acesso à Ponte Rio-Niterói e fez trinta reféns

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 25 mar 2017, 08h00 - Publicado em 25 mar 2017, 08h00
O sonho acabou: Jhon Lenon se entrega após o assalto frustrado (Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
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Na rotina do transporte público, ao engarrafamento nosso de cada dia muitas vezes se adiciona um tormento extra. Foi o caso dos passageiros do ônibus da linha 409M (Alcântara-Niterói) que, na manhã da terça-feira (21), tiveram a má sorte de cruzar o caminho de Jhon Lenon Silva Barbosa. Em liberdade condicional desde maio de 2015, após condenações por receptação e assalto com arma, o rapaz de 25 anos adentrou o coletivo na Avenida do Contorno, via de acesso à Ponte Rio-Niterói, e anunciou o assalto. Munido de uma pistola, assustou os presentes, mas não a ponto de evitar que o motorista alertasse policiais em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Montava-se, assim, um teatro cujos cenário e personagens lembravam perigosamente o caso do ônibus 174: em 2000, o cerco a um ladrão com passageiros dentro de um ônibus no Jardim Botânico levou à morte do bandido e de uma refém, em decorrência de uma ação policial desastrosa. Por uma hora, Lenon, o assaltante, ameaçou as trinta pessoas que manteve dentro do veículo, provocou um baita engarrafamento, mandou chamar a mulher e atraiu as câmeras de TV antes de se entregar. Ele carregava, soube-se depois, uma arma de plástico, detalhe que irritou um bocado a auxiliar administrativa Janete Schimidt, a vítima mais maltratada pelo ladrão. Enquanto tomou conta da situação, o Lenon brasileiro teria dito que precisava do dinheiro para alimentar os filhos, mas também explicou ser o roubo a trabalhadores na linha Alcântara-Niterói o meio “mais fácil” de resolver seu problema. Involuntariamente, ele deu munição aos dois lados de uma contenda interminável: os que acham que a miséria empurra cidadãos para a criminalidade contra os convencidos da existência de uma má-fé atávica que deve ser combatida a paulada — ou coisa pior. Enquanto o debate seguia, e meia hora depois de o pobre-diabo com nome de beatle voltar para o xadrez, um colega dele, bem perto dali, levou 300 reais do caixa de um carro da linha 1143M (São Gonçalo-Niterói). Na quarta-feira, a PM e as empresas de transporte prometeram reforçar a vigilância nos coletivos.

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