Por que as obras da tirolesa do Pão de Açúcar estão paralisadas
Prefeitura aguarda análise sobre impacto de perfurações em rochas; atração está prevista para começar a funcionar no segundo semestre
Um trecho das das obras da tirolesa do Pão de Açúcar foi paralisado pela prefeitura do Rio. A Secretaria municipal de Ambiente e Clima (Smac) pediu um parecer técnico para a Geo-Rio, órgão responsável pela gestão do risco geológico-geotécnico, ao tomar conhecimento de perfurações na rocha. A instalação da atração preocupa ambientalistas e moradores, por possíveis danos e pela alteração nas vias de escalada, já tradicionais.
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A obra prevê a instalação de quatro tirolesas, com 770 metros de extensão, entre os morros do Pão de Açúcar e da Urca. Já em andamento, segundo a Smac ela conta com todas as autorizações da prefeitura do Rio e do pelo Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan). Isso porque o cartão postal é tombado desde 1973 e em 2012 foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco. Ainda de acordo com a secretaria, uma vistoria técnica foi feita no dia 7 de março e não foram encontradas irregularidades na construção.
“É uma atividade que é feita em alta velocidade, um declive muito forte, acentuado. E as pessoas tendem a descer gritando. Em uma unidade de proteção integral e que é muito pequena, não faz sentido”, disse o ambientalista Sávio Teixeira.
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A previsão é de que a tirolesa comece a funcionar no segundo semestre. De acordo com os administradores, a ideia é proporcionar mais uma experiência aos frequentadores. Mas um estudo para obras no topo do morro, que já está sendo analisado pelo Iphan e pela prefeitura e começou a circular pela internet, é outro motivo de preocupação. Uma projeção das intervenções na área, onde já existem restaurantes, mostra que a mudança seria no piso. “É um atentado à paisagem. Vai, claramente, alterar a visibilidade das instalações humanas no topo do morro e, consequentemente, estragar essa paisagem para nós, moradores da cidade, e para todos os visitantes”, disse ao Globo o ambientalista André Ilha.
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Apesar de o projeto de reforma do topo do morro já estar em análise, a Bondinho do Pão de Açúcar, empresa particular que tem a concessão do serviço, diz que ainda se trata de um “estudo de conceito” e que, se aprovado, não vai alterar a paisagem. A empresa também afirma que não há qualquer irregularidade na tirolesa, que tem perfil mais “contemplativo”: a velocidade será mais lenta do que as de outros lugares do mundo.