Onça-parda volta a aparecer no Rio após mais de 80 anos sem ser vista
Segundo artigo científico, a espécie foi identificada no Parque Estadual do Mendanha, no Parque da Pedra Branca e na Reserva Biológica de Guaratiba
Após quase um século sem registros da sua presença, a onça-parda voltou a aparecer nas florestas no Rio. Considerada o segundo maior felino do país, atrás da famosa onça-pintada, a espécie é atualmente classificada como vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
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A boa notícia foi dada em um artigo científico publicado revista Check List, realizado por um grupo de seis biólogos. O estudo foi iniciado após o animal ter sido observado no Sítio Burle Marx, em Barra de Guaratiba, no mês de junho de 2020.
Por meio de moldes de pegadas e fotos de arranhões deixados em árvores, os cientistas comprovaram a presença da onça no Parque Estadual do Mendanha, no Parque Estadual da Pedra Branca e na Reserva Biológica de Guaratiba, localizados na Zona Oeste da cidade.
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“Nós já tínhamos registros de 2007 em Guaratiba e de 2008 no Mendanha, mas fomos aos poucos reunindo mais dados que comprovassem o reaparecimento definitivo da espécie, não somente um indivíduo vagando pela região”, diz Jorge Pontes, um dos autores da pesquisa e professor da Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (PPGEAS/FFP – Uerj).
Segundo o texto, os indivíduos podem ter se dispersado da Serra do Tinguá, primeiro chegando à região do Mendanha, e em seguida ocupando as outras reservas.
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Há mais de 80 anos a onça não era observada no estado e chegou a ser declarada oficialmente extinta na Lista Municipal de Espécies da Flora e Fauna Ameaçadas (2000). Com o nome científico de Puma concolor, a espécie é reconhecida por ser bastante solitária e costuma ser observada com mais frequência à noite e no período de crepúsculo.
“A onça-parda tem uma capacidade elevada de adaptação em ambientes modificados, inclusive se deslocando dentro de áreas totalmente urbanizadas para procurar abrigo, alimentação e água”, explica Jorge Pontes.
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No artigo, os autores reforçam a importância da conservação da onça e de outros mamíferos ameaçados no Rio, com a criação de “políticas públicas estaduais e municipais voltadas para essas espécies, incluindo manejo adequado e vigilância”.
Atualmente, o Rio possui um Programas de Proteção e Conservação da Fauna Silvestre e Flora Nativas, decretado em setembro deste ano pelo prefeito Eduardo Paes, que prevê ações para identificar e monitorar a vida selvagem do município.