O pedido de perdão do ex-ator Guilherme de Pádua à escritora Gloria Perez

Quase trinta anos após a morte da atriz Daniella Perez, o ator condenado pelo crime diz em vídeo ter visto que era 'a pior pessoa do mundo'

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2022, 18h51 - Publicado em 3 ago 2022, 14h37
Guilherme de Pádua
Guilherme de Pádua: "Eu não sou uma pessoa normal, é óbvio. Alguém que cometeu um crime tem mil pensamentos que não são comuns", disse em vídeo pedindo perdão quase trinta anos após o assassinato. (You Tube/Reprodução)
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Quase trinta anos após a morte da atriz Daniella Perez, o ex-ator Guilherme de Pádua publicou um vídeo em sua conta de YouTube em que pede desculpas à mãe de Daniella, a autora de novelas Gloria Perez, nesta terça (2). Condenado pelo crime, ocorrido em dezembro de 1992, Pádua diz que “Não foi isso que imaginei”, ao contar que não desejava que o pedido de desculpas fosse feito em vídeo e que em diversos momentos ensaiou contatar advogados das partes envolvidas ou pedir que alguém intermediasse um encontro entre ele e a mãe da vítima. “Mas talvez eu nunca vá ter a possibilidade real de pedir perdão por isso”, ele continua. “Eu te peço perdão por todo o sofrimento que te causei“, afirma, dirigindo-se a Gloria Perez.

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Solto em 14 de outubro de 1999, após ficar preso por 6 anos e 9 meses pelo assassinato, Pádua se tornou pastor na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, e criou um canal no Youtube para pregar a palavra evangélica. No vídeo ele estende o pedido de desculpas ao viúvo de Daniella Perez, Raul Gazzola, que teria recebido o ex-ator com um abraço quando ele chegou à delegacia sem que soubesse de seu envolvimento no crime. “Ali vi que era a pior pessoa do mundo. Nunca na minha vida eu senti algo como naquele momento”, acrescenta o ex-ator. No vídeo , ele afirma diversas vezes que é “alguém que cometeu um crime”. “Eu não sou uma pessoa normal, é óbvio. Alguém que cometeu um crime tem mil pensamentos que não são comuns”, diz.

Pádua inicia o vídeo afirmando que, desde o lançamento de “Pacto Brutal”, minissérie documental da HBO Max que rememora o assassinato e se tornou um fenômeno de audiência, ele tem sido confrontado quanto à veracidade de seu “sentimento cristão”. E faz uma montagem de imagens de outros momentos em que teria demonstrado seu desejo de pedir desculpas a Gloria Perez, retirados de entrevistas a veículos de imprensa em anos anteriores. Ele não foi entrevistado para a produção da HBO Max. Antes mesmo que alguém questionasse a opção, Gloria Perez e os diretores afirmaram que a versão dele do caso está nos autos do processo e que falar com eles hoje seria dar “palco para psicopata” e revitimizar a vítima.

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Na noite de 28 de dezembro de 1992, o corpo de Daniella Perez foi encontrado num matagal na Barra da Tijuca, perfurado por cerca de 18 punhaladas feitas com uma tesoura, que feriram seus pulmões e o coração. Tanto Guilherme de Pádua quanto Paula Thomaz, sua mulher à época, foram condenados por homicídio qualificado a uma pena de quase 20 anos de prisão, após o júri popular acatar a tese da acusação de que o casal premeditou o crime — ela, por ciúmes do marido; ele, por vingança contra a autora da novela, já que seu papel na trama vinha sendo reduzido. O ator não queria deixar o romance da trama acabar, é o que defende a tese de “Pacto Brutal”.

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Os dois têm versões diferentes. Paula Thomaz nega que tenha participado. Guilherme de Pádua, que, em depoimentos à polícia, assumira a culpa, depois passou a sustentar a tese de que Paula, tomada de ciúmes pela relação dos dois parceiros de cena, é quem teria se atracado com Daniella no matagal. A polícia chegou até de Pádua por causa de uma testemunha que teria visto o seu carro, com a chapa adulterada, na cena do crime, pouco antes de o corpo da atriz ter sido deixado ali. A Justiça concluiu que o ator e sua mulher armaram uma emboscada contra a vítima. Ambos foram condenados por homicídio qualificado a uma pena de 19 anos de prisão e hoje estão em liberdade.

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