Após mortes na Vila Cruzeiro, 1,6 mil PMs passam a usar câmera no uniforme

Uso dos equipamentos começa com duas duas semanas de atraso, e policiais do Bope serão os últimos a recebê-los

Por Da Redação
Atualizado em 30 Maio 2022, 14h42 - Publicado em 30 Maio 2022, 14h41
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Câmeras: os policiais do Bope terão que usar as câmeras em todas as operações (Governo do Estado do Rio de Janeiro/Divulgação)
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A partir desta segunda (30), 1.637 policiais militares de oito batalhões e de uma companhia destacada do estado do Rio começam a usar câmeras de segurança acopladas à farda. O início do uso dos equipamentos se dá com duas duas semanas de atraso por problemas técnicos atribuídos pelo governo à empresa L8 Group. E sete dias após as 23 mortes provocadas por operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Vila Cruzeiro, quando o uso de microcâmeras nos uniformes de agentes voltou a ser cobrado por entidades ligadas aos direitos humanos. A medida consta no plano para reduzir a letalidade policial, elaborado pelo governo do estado e apresentado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da ADPF das Favelas. Os policiais do Bope serão os últimos da receber o equipamento.

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O cronograma da Polícia Militar determina que nesta primeira semana comecem a ser equipados os policias do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) — 2º BPM (Botafogo), 3º BPM (Méier), 4º BPM (São Cristóvão), 6º BPM (Tijuca), 16º BPM (Olaria), 17º BPM (Ilha do Governador), 19º BPM (Copacabana) e 23º (Leblon) —, além da 1ª Companhia Independente do Palácio Guanabara, na sede do governo do estado. O 5º BPM (Praça da Harmonia) e o 22º BPM (Maré), que também estavam na lista inicial, tiveram a instalação adiada por problemas técnicos.

Segundo o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, esse é um “momento diferenciado para os órgãos de segurança”, destacando que “neste primeiro momento haverá uma dificuldade e ajustes serão necessários”. “(Essa é uma) Garantia de proteção ao policial e à população. (Esse) Equipamento vem para proteção, não para punir ou vigiar o policial. Vem para proteger a tropa e a comunidade. Evidentemente,
vai mudar o comportamento do policial e da população”, destacou ao Globo o secretário. “Esse é um equipamento de proteção e garantia da legalidade para a população. Nesse processo teremos algumas dificuldades e fazermos alguns ajustes.

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Ainda de acordo com o coronel, inicialmente o equipamento será usado por agentes nas ruas. O contrato com a empresa prevê que todos os 39 batalhões do estado e duas companhias independentes utilizarão as microcâmeras até o fim deste semestre, no caso, no mês que vem. Os demais receberão o material ao longo deste ano. Numa segunda etapa, o programa será estendido para unidades do 7º Comando de Policiamento de Área (Região Serrana), no caso, os quartéis do 11º BPM (Nova Friburgo), do 26º BPM (Petrópolis), do 30º BPM (Teresópolis) e do 38º BPM (Três Rios).  A ideia é que, a cada semana, um novo grupo de quartéis receba os equipamentos.

Confira o número de câmeras por unidade da PM:
2º BPM (Botafogo) – 170 unidades
3º BPM (Méier) – 290 unidades
4º BPM (São Cristóvão) – 118 unidades
6º BPM (Tijuca) – 185 unidades
16º BPM (Olaria) – 159 unidades
17º BPM (Ilha) – 150 unidades
19º BPM (Copacabana) – 300 unidades
23º BPM (Leblon) – 180 unidades
1º CIPM (Laranjeiras) – 85 unidades

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