PMs do Bope são denunciados por furto em megaoperação
Flagra: câmeras corporais registram agentes desviando armas e equipamentos durante ação no Alemão e na Penha
Imagens de câmeras corporais registraram policiais militares furtando armas e equipamentos durante a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, em outubro, na qual 122 pessoas morreram.
Cinco PMs do Batalhão de Choque já haviam sido presos na semana passada, acusados de terem ficado com dois fuzis e peças de um carro. Uma reportagem exibida neste domingo (30) pelo Fantástico revelou que um agente do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também levou um radiotransmissor e a capa de um colete à prova de balas.
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As imagens mostram que, após a rendição de 20 suspeitos que haviam invadido uma casa, o sargento Silva Vieira entra no imóvel e encontra um fuzil AK-47 com guarda-mão de madeira polida perto da pia da cozinha. “É o quê? É ruim de eu entregar esse daqui. Esse aqui vai ficar pra gente”, afirma ele, segundo áudio obtido pelo Fantástico. De acordo com o Ministério Público, nenhuma arma com essa característica está entre as mais de 90 apreendidas na operação.
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“Ninguém tem esse AK aqui, não”, diz o sargento antes de entregar o fuzil a outro policial, que o guarda na mochila. Quinze minutos depois, já do lado de fora, os dois discutem como esconder a arma. “Sabe desmontar, não?”, pergunta Silva Vieira. O colega responde que precisaria de uma chave de fenda. Eles então decidem mantê-la na mochila: “Fecha de qualquer jeito. Já é, vamos sair daqui”, diz o sargento.
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A Corregedoria da PM também registrou imagens de um policial do Bope conversando com Silva Vieira dentro da mesma casa. Ao observar os objetos apreendidos sobre uma mesa, ele pergunta: “Vê se tem uma coisinha pra levar”. O sargento responde: “Pega, pô”. Sem identificação na farda, o agente do Bope diz que quer apenas o colete — sem as placas de proteção —, mas acaba optando por outro item: “O radinho também vou levar!”. Tudo ocorre diante das câmeras corporais.
Segundo a promotora Allana Poubel, dois policiais foram identificados e denunciados por peculado, crime que consiste em se apropriar de um bem apreendido em diligência. As câmeras também registraram agentes subtraindo um segundo fuzil e peças de um carro dentro da favela.





