Por que litoral do Rio poderá receber título de Geoparque da Unesco

Há paisagens menos conhecidas do estado que remontam aos primórdios da evolução da terra

Por Redação
26 jul 2024, 14h35
Ponta do Pai Vitório: no roteiro de novos passeios na região -
Ponta do Pai Vitório: paisagem de valor histórico em Búzios (Ronald Pantoja/Divulgação)
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Dois geólogos da Unesco estão no Estado do Rio desde segunda (22), e passaram a semana visitando faixas litorâneas de 16 municípios para avaliar a concessão, à chamada região de Costões e Lagunas, do título de Geoparque Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

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O conjunto de atrativos culturais e naturais está sendo conhecido pelos avaliadores Artur Sá, de Portugal, e Miguel Cruz, do México, e o resultado será divulgado em setembro. O trecho litorâneo vai da Praia da Sacristia, em Maricá, até as Falésias da Lagoa Doce, em São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense.

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Há paisagens menos conhecidas que remontam aos primórdios da evolução da terra, como uma formação rochosa de dois bilhões de anos que exibe fragmentos da separação da Pangeia, há 250 milhões de anos, quando o o supercontinente separou o Brasil da África.

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A professora Kátia Mansur, do Departamento de Geologia da UFRJ, explicou ao jornal O Globo que o selo significa uma chancela de prestígio internacional, que valoriza boas práticas de gestão territorial: “A gente tem uma história muito antiga, geológica, de mais de dois bilhões de anos, da colisão e da separação com o território da África, em que um pedaço do continente africano ficou colado no nosso território. Temos aqui estruturas como os estromatólitos, que são bioconstruções de pedra, feitas por micro-organismos a partir de seu metabolismo. São as mais antigas evidências de vida na Terra, que estão no sistema lagunar de Araruama e na Lagoa Salgada, entre Campos dos Goytacazes e São João da Barra. Vem gente do mundo inteiro estudar aqui”, diz a geóloga.

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Para se tornar um Geoparque Global da Unesco, a área deve cumprir quatro requisitos fundamentais: ser um patrimônio geológico de valor internacional, com sítios arqueológicos avaliados por pesquisadores; ter gerenciamento que inclua todos os atores, autoridades locais e regionais relevantes; realizar trabalho em rede, com outros geoparques; e visibilidade, com uma identidade corporativa e turismo voltado para as paisagens, a conservação, as pessoas e à evolução da Terra.

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Em Ponta Negra, Maricá, por exemplo, a pouco explorada Praia da Sacristia esconde uma gruta paradisíaca com o mesmo nome. A paisagem milenar é composta por águas azuis cristalinas e uma formação rochosa que vem sendo esculpida até o presente pela erosão. Na Região dos Lagos, outros paraísos estão na paisagem histórica do litoral fluminense. Em Búzios, tem a Ponta do Pai Vitório, no canto direito da Praia Rasa. Em Arraial do Cabo, ficam a Gruta Azul, a Ilha do Cabo Frio e o Brejo do Espinho, com paisagens maravilhosas.

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O Geoparque Costões e Lagunas surgiu em 2011 para conservar vestígios arqueológicos e sítios de interesse histórico e cultural em 460 quilômetros de litoral, de norte a leste do estado. A gestão é feita por um comitê, com representantes dos municípios, de órgãos públicos estaduais e federais e de ONGs, universidades, empresários de vários ramos e da população em geral.

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