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Por que representação negra da Última Ceia foi barrada em exposição

A obra da pernambucana Elvira Freitas Lira integrar a mostra O Que Te Faz Olhar Para o Céu?, em cartaz no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 ago 2024, 22h11
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A Última Ceia Revisitada: releitura da obra de Da Vinci foi vetada de mostra no Centro Cultural Correios (Elvira Freitas Lira/Divulgação)
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Depois da polêmica em torno da reinterpretação do quadro A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci, na abertura das Olimpíadas de Paris 2024, o quadro voltou a estar ligado a uma polêmica. Desta vez, uma reinterpretação da obra foi impedida de ser exibida em uma exposição no Rio.

Criada pela artista pernambucana Elvira Freitas Lira, de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, a obra E Às Vezes Quase Parece Que Não Estou Usando Qquela Coroa de Espinhos iria integrar a mostra O Que Te Faz Olhar Para o Céu?, em cartaz no Centro Cultural Correios, no Centro do Rio.

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A Última Ceia: após polêmica nas Olimpíadas, foi revelado que quadro recriando a obra foi censurado (Leonardo Da Vinci/Reprodução)

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Na imagem, alguns dos apóstolos estão representados por pessoas negras. No centro da tela, em vez da figura mais comum de Jesus Cristo, como um homem branco, louro e de olhos azuis, está uma figura feminina negra, com chagas nas mãos.

Na abertura das Olimpíadas, no dia 26 de julho houve grande repercussão sobre uma cena que remetia ao quadro e que trazia pessoas LGBTQIAP+ em volta da mesa. Embora, no dia seguinte, o diretor artístico da cerimônia de abertura das Olimpíadas, Thomas Jolly, tenha negado que o momento tenha sido uma recriação, a semelhança é grande.

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Após tanto se falar no tema, Elvira Freitas Lira decidiu fazer um desabafo nas redes sociais, revelando que a justificativa para a exclusão de seu trabalho da mostra foi “preservar a imagem da instituição”.

“Essa obra é uma das mais reproduzidas na história da arte, em diversos formatos, e na pintura quase sempre é apresentada com os homens mais brancos e loiros que já vi, isso sim eu acho ofensivo com a humanidade e até com a representação da ‘realidade’ da época”, escreveu a artista plástica.

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“Eu fiz uma intervenção em mais uma dessas reproduções. Por que isso foi considerado ofensivo para uma instituição laica no Brasil, país laico?”, indagou ela.

A mostra foi inaugurada em 17 de julho. Segundo a artista, houve muitas tentativas de negociação por parte do curador, Rodrigo Franco, mas “a decisão foi estabelecida em Brasília e não teve acordo”. Um espaço vazio, acompanhado do título do quadro, foi colocado da mostra.

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