Onde o Rio é mais verde

Levantamento feito via satélite mostra que 29% do município é coberto por verde. Baixada de Jacarepaguá tem as maiores florestas da cidade

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 15h43 - Publicado em 28 fev 2012, 16h47
Riotur/Divulgação
Riotur/Divulgação (Redação Veja rio/)
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Sede em julho da Rio+ 20, conferência da ONU sobre sustentabilidade, o Rio se orgulha de ter encravado em seu território a Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. Beneficiada pela topografia acidentada, a cidade manteve parte de suas matas e hoje exibe um invejável índice de cobertura verde: cada carioca dispõe de 55,8 metros de quadrados de mata atlântica. O número deve ser comemorado, pois supera em quatro vezes o mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É o que mostra o mapeamento das áreas nativas feito pela secretaria municipal de meio ambiente.

Veja aqui os 10 bairros mais verdes do Rio

Os dados podem ser acompanhados através do site Sigfloresta (confira aqui) , em que o são disponibilizadas informações sobre a mata nativa, incluindo as espécies predominantes. “Somos uma excessão entre as metrópoles. Outras grandes cidades até possuem matas, como São Paulo, mas elas ficam fora da área urbana, ocupando apenas o entorno”, explica Brasiliano Vito, geógrafo responsável pelo estudo.

O monitoraramento é feito via satélite e as imagens possuem alta resolução. Do espaço, o equipamento consegue fotografar qualquer objeto na mata que seja superior a 50 centímetros. Os dados serão atualizados anualmente e, segundo o primeiro levantamento, feito em 2011, o Rio possui aproximadamente 352 milhões de metros quadrados cobertos por florestas, brejos, restingas e manguezais, ou 29% do município. A capital, no entanto, é ainda mais verde, já que o levantamento não inclui parques com vegetação exótica, como o Aterro do Flamengo.

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O levantamento também mostrou uma profunda desigualdade entre os bairros. Na liderança, a Baixada de Jacarepaguá é um verdadeiro oásis e goza de 145 metros quadrados de mata para cada habitante. A região é beneficiada pelo maciço da Pedra Branca, terceira maior mata nativa carioca, perdendo apenas para a região do Mendanha-Gericinó e da Floresta da Tijuca . Por outro lado, 80 bairros possuem menos de 1% de cobertura vegetal, e a situação é crítica na Zona Norte, em que há 3,4 metros quadrados para cada morador.

Para diminuir a discrepância, a prefeitura aposta nos multirões. “Em regiões carentes e de encosta, estamos realizando reflorestamento com ajuda das comunidades, como em Campinho”, conta Brasiliano. Até 2016, ano em que vai sediar a Olimpíada, a meta é plantar três milhões de árvores no município e criar áreas verdes em bairros como Madureira, que deve ganhar um parque com 113 mil metros quadrados até 2013.

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No Brasil, um exemplo a se mirar é Curitiba. A capital paranaense investiu na proteção de regiões florestais e passou de 51 metros quadrados de verde por habitante em 2000 para 64,5 em 2011. Outra capital ecológica é Vitória, no Espiríto Santo, com 91 metros quadrados de mata para cada morador, um índice sete vezes maior ao mínimo apontado pela OMS. Nas piores colocações encontram-se São Paulo, com 5,2 metros quadrados, e Recife, com 0,7.

No exterior, grandes capitais têm se esforçado para aumentar a cobertura vegetal. Com 8 milhões de habitantes, Nova York, nos Estados Unidos, transformou uma antiga linha férrea em parque repleto de plantas e hoje cada nova-iorquino dispõe hoje de 23,1 metros quadrados de vegetação. Já Edmonton, no Canadá, lidera como cidade mais ecológica do planeta: seus felizardos 730 000 moradores podem usufruir cada um de 100 metros quadrados de natureza.

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