Como será a reforma de R$ 16 milhões do Palácio do Itamaraty, no Centro
Acervo arquivístico do Ministério das Relações Exteriores, que conta com documentos, imagens e mapas históricos, será revitalizado
Um investimento de R$ 16,3 milhões foi aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para recuperar o acervo arquivístico do Ministério das Relações Exteriores (MRE), abrigado pelo complexo do Palácio do Itamaraty. O valor total para a revitalização será de R$ 33,2 milhões, reunindo também o apoio da Vale, Itaipu Binacional e de recursos próprios do MRE.
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O projeto, executado pelo Instituto Pedra, prevê obras na infraestrutura física da biblioteca do complexo; a construção de um anexo para guardar o acervo; a realização de ações de formação e educação patrimonial; além do inventário, tratamento, acondicionamento e digitalização de milhares de documentos, livros, fotografias e mapas.
Segundo a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, o acervo estava com risco, não só de incêndio, como de deterioração. “Estamos conseguindo interromper esse processo, salvar o acervo e devolvê-lo para a população, pesquisadores e historiadores”, disse a diretora. A expectativa é que a reforma amplie o número de visitantes, assim como o acesso a documentos e bens históricos.
As ações também buscam contribuir para a revitalização da região do palácio, especialmente da área conhecida como Pequena África, que carrega grande bagagem cultural e histórica afro-brasileira.
Cerca de 140 000 itens, incluindo obras raras e coleções especiais, como a que pertenceu ao Barão do Rio Branco, fazem parte da Biblioteca Histórica do Itamaraty. Já o Arquivo Histórico, considerado um dos cinco mais importantes do Brasil pelo Arquivo Nacional, conta com cerca de 3 226 metros lineares de documentos. Entre eles, os da Secretaria dos Negócios Estrangeiros da Coroa Portuguesa quando se transferiu para o Brasil, em 1808; outros relacionados à independência do país e o Tratado de Paz, Amizade e Aliança entre o Reino de Portugal e o Império do Brasil, de 1825.
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O acervo também traz memórias relacionadas à escravidão. São documentos de 1812 a 1869, como os 164 processos de aprisionamento de navios negreiros, únicos no mundo. Já a Mapoteca, com cerca de 30 000 itens, reúne exemplares representativos das principais escolas cartográficas, feitos desde o século XVI. Em destaque, está o mapa-múndi de 1512, o primeiro mapa onde o nome “Brasil” aparece para designar a então colônia portuguesa.
Principal espaço do governo federal no Rio para receber delegações estrangeiras, o Palácio do Itamaraty sediará a cúpula dos chefes de Estado do G20 a partir de 2024. O prédio tombado em 1938 foi antes sede do Governo Republicano (1889-1898) e sede do Ministério das Relações Exteriores (1899-1970). Hoje, funciona como sede do Escritório de Representação do MRE no Rio de Janeiro (ERERIO), do Centro de História e Documentação Diplomática e da Fundação Alexandre de Gusmão.
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