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Relatório da ONU indica que o mar pode subir 21 centímetros até 2050

Duas cidades brasileiras, ambas no estado do Rio, serão afetadas pelo fenômeno: a capital e Atafona, distrito de São João da Barra, no Norte Fluminense

Por Da Redação
27 ago 2024, 13h14
ressaca no mar
Ameaça: perigos costeiros impulsionados pelo clima não vêm apenas da elevação do nível do mar, mas também da amplificação de marés de tempestade, marés normais e ondas (Tânia Rego/Agência Brasil)
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alerta: o aumento dos níveis do mar, consequência do aumento das temperaturas, que causa o derretimento das calotas polares, pode desencadear uma catástrofe global até 2050.  A situação ameaça cidades costeiras ao redor do mundo e coloca bilhões de vidas em risco. De acordo com o relatório apresentado pela organização nesta terça (27), duas cidades brasileiras, ambas no estado do Rio, serão diretamente afetadas pelo fenômeno: a capital e Atafona, distrito de São João da Barra, no Norte Fluminense.

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Segundo o relatório, o nível dos mares subiu 15 centímetros nos últimos 30 anos em algumas partes do Pacífico. Nas duas cidades fluminenses, o aumento foi de 13 centímetros no mesmo período. Em ambas, o aumento esperado até 2050 é de até 21 centímetros, sendo 16 centímetros em média. “Em todo o mundo, o aumento do nível do mar tem um poder incomparável de causar estragos nas cidades costeiras e devastar economias litorâneas. Os líderes globais precisam agir: reduzir drasticamente as emissões globais; liderar uma transição rápida e justa para o fim dos combustíveis fósseis; e aumentar massivamente os investimentos em adaptação climática para proteger as pessoas dos riscos presentes e futuros”, recomenda Guterres.

O relatório aponta ainda que os riscos e perigos costeiros impulsionados pelo clima não vêm apenas da elevação do nível do mar, mas também da amplificação de marés de tempestade, marés normais e ondas. A expectativa é que os perigos de inundação na costa das cidades aumentem devido ao afundamento local do solo, resultado de atividades humanas como construção de barragens ou extração de água subterrânea e combustíveis fósseis. Os efeitos combinados podem levar a danos na infraestrutura devido a inundações costeiras, intrusão de água salgada em aquíferos e rios, recuo da linha costeira e mudança ou perda de ecossistemas costeiros e setores econômicos, afirma a ONU.

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Os cientistas que assinam o relatório também apontam que as consequências não deverão se restringir às cidades costeiras: deslocamento e migração involuntários induzidos pelo clima em áreas costeiras podem levar a movimentos populacionais para áreas interiores, enquanto a perda de atividades econômicas, como pesca ou agricultura, e danos a portos podem comprometer gravemente os sistemas alimentares globais, detalha o relatório da ONU.

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