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Rio, 18 graus: inverno transforma cidade em cenário de frio e charme

Temporada mais rigorosa em 20 anos inspira novos hábitos e turismo floresce

Por Elisa Torres
29 ago 2025, 06h35
panorâmica da Marina da Glória
Cenário diferente: passeios de barco saem sem mergulho na Marina da Glória (Fabio Cavalcanti/Divulgação)
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Sai o mate de galão, entra o chocolate quente, degustado por banhistas encasacados numa praia em que a areia está coberta de gelo. Pinguins saltitam com o Pão de Açúcar ao fundo, e o Cristo Redentor adota o cachecol. As imagens hiperbólicas foram geradas por inteligência artificial e fizeram sucesso na página do Instagram About Rio. Na vida real, basta o termômetro se aproximar dos 20 graus para que cachecóis, botas e até toucas de lã tomem as ruas da cidade. Quem costuma anunciar a temporada fria é Zeca Pagodinho, que há três anos diverte os fãs com cliques nos quais combina roupão, meia e chinelo. “Adoro o inverno, gosto de tomar uma boa canja, só não abro mão da cerveja”, diverte-se o sambista.

O sambista Zeca Pagodinho
Garoto-propaganda do inverno: Zeca Pagodinho diverte o público na internet com seus looks de frio à moda carioca (Instagram/Reprodução)

Já Tia Surica, matriarca da Portela, se transformou numa espécie de “garota-propaganda” da prefeitura desde que ostentou um gorro felpudo em Madureira, e virou meme. Piadas à parte, os números confirmam: o inverno de 2025 está, sim, mais rigoroso. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, entre 20 de junho e 20 de agosto, a média das temperaturas máximas foi de 26,1 graus, contra 27,9 em 2023 e 28,5 em 2024. Já as mínimas ficaram em 14,3 graus, dois pontos abaixo do registrado nos últimos dois anos. Em 22 dias, as máximas não passaram dos 25 graus. Isso não acontecia desde 2006. “É um inverno com cara de inverno, sem a influência de fenômenos de aquecimento dos oceanos, como o El Niño”, explica Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo.

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Numa cidade solar, identificada com o verão, os hábitos de consumo e comportamento se adaptam às temperaturas mais baixas. Nos restaurantes da Marina da Glória, por exemplo, as mesas nos salões internos andam mais disputadas que a varanda. Os barcos de turismo, que antes partiam lotados de banhistas em busca de cenários para um mergulho, têm levado passageiros para expedições mais curtas e contemplativas pela Baía de Guanabara. “Em vez de ancorar para o banho, os grupos preferem conhecer pontos históricos como a Ilha Fiscal, a Ponte Rio-Niterói e os fortes. Quando a rota segue até as Ilhas Cagarras, há ainda a chance de avistar baleias”, comenta Felipe Duarte, gerente da Marina. Do Leme ao Pontal, os 309 quiosques administrados pela Orla Rio também acompanham as mudanças da estação, investindo em vinhos, cafés, e até fondue, caso do Oahu, no Leme. Alguns, a exemplo do Sel d’Ipanema, K08, na Barra, e Musa e Soga, em São Conrado, ainda disponibilizam mantas para os clientes encararem a brisa nos dias mais gelados.

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Quiosques distribuem mantas
Quiosques da orla emprestam mantas para aquecer os clientes (./Divulgação)

E, quem diria, o inverno também aquece a economia carioca. O Observatório do Turismo estima que os visitantes vão movimentar 6,4 bilhões de reais entre julho e setembro, um crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024. Só em impostos de serviços ligados ao turismo, a arrecadação deve alcançar 71 milhões de reais.“Essa época não precisa ser vista como baixa temporada. Temos uma agenda diversificada de cultura, esporte, negócios e entretenimento que agita a economia e reforça a posição da cidade como destino nacional e internacional, mesmo na época mais fria do ano”, destaca Bernardo Fellows, presidente da Riotur.

boxe com números
(./Divulgação)
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Apesar do “veranico” que deu as caras por aqui nos últimos dias, elevando as temperaturas para além dos 36 graus, há previsão de novas incursões de massas de ar polar até o final do inverno. A primavera chega em 22 de setembro, então ainda não é o momento de guardar os casacos no armário. “O carioca tem tido a chance de viver experiências novas, com noites de sono reparadoras, e sem perder o sol que integra nossa identidade”, resume o psiquiatra Jorge Jaber. O Rio de Janeiro continua sendo um lugar onde calor e bom humor não se escondem por muito tempo.

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