Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br

Rio é o principal polo de pesquisas ligadas ao envelhecimento no país

Na corrida contra o relógio, cidade conta com instituições públicas e privadas de ponta na saúde

Por Renata Busch
Atualizado em 13 set 2025, 15h48 - Publicado em 12 set 2025, 09h38
Laboratorio
Rede D'Or: projeto atua com prevenção de diversos problemas (Julia Koblitz/Unsplash/Divulgação)
Continua após publicidade

Quando não tem compromissos pela manhã, Elinei Winston, morador da Barra da Tijuca, gosta de tocar piano e se exercitar. Aos 83 anos, o engenheiro industrial divide o seu tempo em viagens de ônibus para Cubatão, no interior paulista, onde realiza trabalhos como perito, e a escrita de seu terceiro livro. Todas essas habilidades físicas e mentais garantem uma carteirinha no seleto time dos chamados superidosos.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

“São pessoas acima dos 80 anos com memória, cognição e funcionalidades privilegiadas. Essa é a parcela da população que a gente gostaria de replicar”, explica a geriatra Patrícia Ferreira, à frente do programa Longevidade, da Rede D’Or, iniciativa que reúne uma equipe multidisciplinar para acompanhar e planejar os cuidados dos pacientes 60+.

“Nunca fui de fumar, beber e curtir a noite. Sempre nadei, hoje faço calistenia e tomo vitaminas”, conta Winston, dando pistas de como foi alçado à condição de superidoso.

+ Polilaminina: como estudo da UFRJ devolveu movimentos de pacientes

Continua após a publicidade

Além do acompanhamento de enfermidades, o projeto da Rede D’Or atua com prevenção de diversos problemas, das quedas em casa até o declínio cognitivo, que pode ter origens variadas. Uma delas é a doença de Alzheimer, o transtorno neurodegenerativo mais comum na terceira idade.

Fernanda Tovar-Moll - pesquisadora credito.jpg
Fernanda Tovar-Moll: presidente do Idor reforça a vocação do Rio nos estudos da neurociência (./Divulgação)

Um estudo do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) em parceria com a UFRJ, a Neurolife e a Queen’s University, do Canadá, apresentou avanços na identificação de biomarcadores sanguíneos para aperfeiçoar o diagnóstico, permitindo um tratamento mais eficaz. “Detectar a doença precocemente é fundamental. Por isso, esse trabalho abre um caminho de oportunidades”, avalia a presidente do Idor, Fernanda Tovar-Moll, acrescentando que a iniciativa reforça a vocação do Rio de Janeiro, sede de universidades federais, da Uerj e da Fiocruz, nos estudos da neurociência, essencial quando se pensa em longevidade.

Continua após a publicidade

“Sempre tivemos protagonismo na investigação da plasticidade cerebral e somos bons na formação de parcerias. Nós, cariocas, somos muito colaborativos, conseguimos trabalhar em rede”, declara a presidente do Idor. Examinando os efeitos psicodélicos para retardar o envelhecimento, uma equipe do Idor descobriu que o LSD prolongou em 25% a vida de um tipo de verme.

“Se os resultados forem confirmados em humanos, o impacto pode ser transformador. Psicodélicos e seus derivados poderiam atuar como protetores celulares, ajudando a retardar processos de envelhecimento biológico”, aponta o cientista Stevens Rehen.

Continua após a publicidade
Cientista Stevens Rehen credito divulgacao.jpg
Stevens Rehen: cientista fala sobre o impacto dos psicodélicos (./Divulgação)

Na área da biologia molecular, os pesquisadores Thyago Calvo e Fernanda De Felice tentam reproduzir, nos laboratórios do Idor e do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, os benefícios que os exercícios físicos causam ao cérebro. “Nosso objetivo é silenciar genes que possam agravar o envelhecimento e ativar aqueles que contribuam para mitigar a neurodegeneração, usando tanto os modelos animais quanto a cultura de células”, diz Fernanda.

Enquanto a ciência busca fórmulas para o elixir da juventude, a melhor alternativa ainda é prevenir. A medicina diagnóstica oferece exames para medir o “relógio biológico”, incluindo análises neuropsicológicas, testes genéticos e hemogramas detalhados. “Investir nessas avaliações é fundamental para identificar alterações antes que elas se traduzam em doenças clínicas”, orienta o patologista Hélio Magarinos Torres Filho, diretor-médico do laboratório Richet.

Continua após a publicidade

Outro passo importante é não demorar a pensar no amanhã. Moradora da Barra da Tijuca, a DJ Camilla Brunetta, 35 anos, conta que a profissão sem horários fixos aliada à preocupação em envelhecer com saúde fez com que ela aumentasse a prática de exercícios físicos nos últimos anos.

“Minha rotina é uma mistura de disciplina e improviso. Tenho treinos de corrida três vezes por semana e faço musculação. Por causa das madrugadas de trabalho, o grande desafio é manter a constância”, diz. “Identificar os interesses pessoais em meio às obrigações já é de grande valia. Cada um deve saber o que faz diferença na própria rotina”, orienta a geriatra Patrícia Ferreira. O importante é não ficar parado.

.
Sem mistério: cinco mandamentos para quem quer viver bem (./Veja Rio)

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 32,90/mês