Rio: Policia Federal descobre esquema de desvio de encomendas dos Correios

Funcionários do Centro de Tratamento de Benfica, o maior do estado, participavam do sofisticado método de fraude; prejuízo passa de 1 milhão de reais

Por Cleo Guimarães
24 nov 2020, 12h03
Esquema: Polícia Federal começou a investigar fraude há dois anos  (Instagram/Reprodução)
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O Brasil, definitivamente, não é para amadores. Investigado desde 2018, um sofisticado esquema de desvio de encomendas dos Correios do Rio foi desvendado pela Polícia Federal que, nesta terça (24) cumpre nove mandados de busca e apreensão contra integrantes da quadrilha. A estimativa é que a fraude tenha gerado um prejuízo de pelo menos R$ 1 milhão. De acordo com o delegado Hylton Coelho, funcionários do Centro de Tratamento de Encomendas de Benfica (o maior do estado), escolhiam mercadorias de alto valor para fazer o desvio para outros integrantes da quadrilha.

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O esquema funcionava da seguinte forma: as etiquetas que continham os dados reais da entrega eram substituídas por etiquetas falsas, com números de rastreio já utilizados em compras na internet. Isso fazia com que essas encomendas acabassem sendo direcionadas aos integrantes do esquema. Assim, elas “desapareciam” do fluxo postal e eram entregues de forma regular pelos carteiros que, aparentemente, não participavam do esquema criminoso. “Eles seguiam o que estava na etiqueta”, conta o delegado. O alvo mais frequente eram celulares e computadores, mas até bicicletas já foram extraviadas desta forma.

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A engrenagem toda envolvia funcionários em cargos de chefia nos Correios, de coordenação, e também de baixos níveis hierárquicos, além de pessoas de fora da estatal – elas seriam as fabricantes das etiquetas adulteradas. A comunicação entre a quadrilha era feita através de um grupo de WhatsApp que recebeu o nome de “Empresas e Negócios”. Com a operação, deflagrada na semana da Black Friday, a PF espera interromper os desvios antes do “boom” nos envios de compras feitas para o Natal. Todos os indiciados devem responder por organização criminosa e peculato.

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