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Rosiska Darcy comanda o movimento Rio Como Vamos

Escritora é presidente do projeto que realiza análise de dados oficiais do Rio, com o objetivo de melhorar os indicadores da cidade

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h33 - Publicado em 22 nov 2014, 00h00
Rosiska Darcy
Rosiska Darcy (Felipe Fittipaldi/)
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A história de amor da escritora Rosiska Darcy com o Rio sobreviveu a mais de uma década de separação. Em 1970, então trabalhando como jornalista, ela começou a ser perseguida pela ditadura militar após denunciar a prática de tortura contra opositores do regime. Acabou exilando-se em Genebra, na Suíça, onde passou quinze anos. Com o restabelecimento da democracia, mesmo com a carreira firmada lá fora, preferiu voltar. “Poderia ter ido para qualquer lugar ou até ter ficado na Suíça, mas sou desses cariocas apaixonados pela cidade”, diz Rosiska, que até hoje vive na casa onde nasceu, na Gávea Pequena. Em 2007, decidida a uma ação mais concreta, ela fundou, junto com outros sete cariocas, o movimento Rio Como Vamos. Inspirado em uma iniciativa semelhante de Bogotá, na Colômbia, o projeto analisa dados oficiais para, assim, avaliar o desempenho da cidade em diferentes áreas. Dessa forma, é possível perceber as principais deficiências e cobrar ações mais efetivas do poder público. “Nossa ideia é tirar os cariocas dessa posição de queixosos e colocá-los em um lugar mais ativo”, explica. 

“A cidade não é construída só pelo governo, mas também pelos cidadãos”

Anualmente, o projeto lança o Sistema de Indicadores da Cidade, com números que mostram como andam saúde, educação, segurança e outros pontos fundamentais à qualidade de vida no município. Além disso, a cada dois anos, são realizadas pesquisas nas quais os cariocas avaliam a capital sob diversos aspectos e revelam suas expectativas para o futuro. A credibilidade do trabalho desenvolvido pelo Rio Como Vamos é tal que já inspira ações do próprio governo. Um dos casos mais marcantes aconteceu em 2011, quando a polícia ocupou o Complexo do Alemão. “Fomos consultados pela prefeitura em relação às políticas públicas que deveriam ser implantadas no local, auxiliando no estabelecimento de prioridades”, explica Rosiska, que ainda faz reuniões frequentes com os secretários de Eduardo Paes. “A cidade não é construída só pelo governo, mas também pelo povo. Acho que o Rio Como Vamos ajuda a desenvolver uma cultura cidadã.”

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