TH Joias: quem é o deputado preso por tráfico e lavagem de dinheiro
Ele é acusado de usar o mandato na Alerj para favorecer o Comando Vermelho
Preso na Operação Zargun, nesta quarta (3), por suspeita de ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (ex-MDB), conhecido como TH Jóias, tem uma trajetória política marcada por denúncias graves. Ele responde a processos por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, além de ser suspeito de intermediar negociações de armas com o CV. Ele foi localizado num condomínio de luxo na Barra, em ação da conjunta da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro. Pelo menos 18 pessoas foram alvo de mandados, incluindo um assessor direto do deputado, que é um dos 15 presos até o início da tarde.
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Nascido no Morro do Fubá, na Zona Norte, TH tem 36 anos. Ele herdou do pai, Juberto, o ofício de ourives. Cresceu acompanhando o trabalho da família em Madureira e, aos 19 anos, assumiu o negócio, transformando a joalheria em uma marca de ostentação, que conquistou famosos como Neymar, Vini Jr. – investigações apontaram que parte das peças confeccionadas pelo joalheiro foi feita com ouro roubado.
TH patrocinava feijoadas, campeonatos de futebol, festas em comunidades e camarotes de carnaval, além de financiar projetos sociais em favelas e apoiar atletas e músicos. Sua aproximação com a política se deu por meio do ex-policial Marcos Falcon, então presidente da Portela, assassinado em 2016 durante campanha para vereador. Ele se lançou na política pelo MDB, que, após sua primeira prisão – em 2017, pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), acusado de ser um dos principais articuladores do tráfico de drogas e armas do Rio – anunciou que o expulsaria do partido. Após um ano na cadeia, TH conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade e, em 2022, recebeu 15.105 votos, ficando como suplente. Dois anos depois, com a morte do deputado Otoni de Paula Pai, garantiu a vaga definitiva na Alerj. Segundo o Ministério Público, ele teria utilizado o mandato para beneficiar a facção criminosa, nomeando aliados em cargos na Assembleia.
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Na operação, foram apreendidos quatro carros de luxo — incluindo um Jaguar e duas Land Rover — além de joias, dinheiro e imóveis. A investigação apontou que a lavagem de dinheiro era feita por meio de restaurantes em Madureira, empresas de fachada, viagens internacionais, roupas de grife, hospedagens em resorts e autonomias de táxi. Policiais civis e militares também foram identificados no esquema, entre eles Carlinhos Pitbull e Renato Zille Cardoso, que recebiam propina para avisar sobre operações policiais. Interceptações telefônicas mostraram diálogos em que TH negociava armas e drogas, além de pagamentos a traficantes. Em mensagens obtidas pela polícia, constava inclusive o nome de Danúbia de Souza Rangel, então mulher de Nem da Rocinha, como beneficiária de valores repassados pelas facções.
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