Tolueno na água: um mês depois, Cedae não sabe de onde veio a substância

Último relatório da empresa não aponta a presença do produto tóxico na água tratada pela estação Imunana-Laranjal

Por Da Redação
3 Maio 2024, 14h48
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Estação de Tratamento Imunana-Laranjal: sistema abastece Niterói, São Gonçalo, Itaboraí (água bruta), Maricá (distritos de Inoã e Itaipuaçu) e Ilha de Paquetá, no Rio, impactando cerca de 2 milhões de pessoas.  (./Divulgação)
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Passado um mês do vazamento de tolueno que provocou o fechamento do Sistema Imunana- Laranjal, em São Gonçalo, e deixou mais de dois milhões de consumidores sem água por pelo menos três dias, as autoridades ainda não descobriram a origem do produto químico, que é altamente tóxico. Segundo reportagem do jornal O Globo, um estudo feito pelo Comitê da Bacia da Baía de Guanabara, em parceria com o laboratório de química da PUC-Rio e a ONG Guardiões do Mar, mostra que a substância ainda aparece, em baixa concentração, às margens e ao longo dos rios Guapiaçu e Macacu, que abastecem a estação de tratamento da Cedae. Um pontos de coleta em que a substância foi detectada fica na saída para a Baía de Guanabara.

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A Cedae informou que seu último relatório não aponta a presença de tolueno na água tratada pela estação. Mas, enquanto o mistério do tolueno não é desvendado, a empresa continua a usar carvão ativado no tratamento e realiza testes diários no Canal de Imunana, onde fica a captação. Também estão fechados pequenos canais para evitar que a água contaminada deságue nos rios Macacu Guapiaçu, na altura das regiões da Vala Preta e do Rio Preto, trecho onde foram encontradas as maiores concentrações de tolueno. A área é cercada por fazendas, vizinha ao gasoduto desativado da Petrobras e fica a três quilômetros do Canal de Imunana.

Com o fechamento dos canais, o nível de água nos rios Guapiaçu e Macacu, que abastecem a estação de tratamento, foi reduzido à metade. A Cedae descartou o risco de desabastecimento pelos próximos 30 dias, mas alertou que a estiagem que vem atingindo a região é preocupante. “Quanto aos próximos meses, a previsibilidade depende da meteorologia e do acompanhamento diário dos níveis dos rios”, informa a companhia em nota. Moradores, fazendeiros e pescadores reclamam do bloqueio. Eles alegam prejuízos com os alagamentos das margens e a mortandade de peixes.

Na última segunda-feira, a Associação Homens do Mar (Ahomar), uma organização criada para defender os direitos dos pescadores, convocou uma reunião com representantes de Inea, Ibama, Ministério Público Federal, Cedae e ICMBio para discutir medidas diante da possível contaminação dos pescados e dos manguezais. Mas o professor e oceanógrafo do Departamento de Química da PUC-RJ Renato Carreira, que conduziu o estudo sobre a presença de tolueno nos rios Guapiaçu e Macacu, disse ao jornal que não há risco de contaminação dos peixes: “O animal pode até ingerir o tolueno, mas, rapidamente, o elimina”.

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Diante da falta de respostas, o Inea deve ampliar a área monitorada para os rios Guaraí (Guapimirim), Caceribu (Itaboraí) e Guaxindiba (São Gonçalo) nas próximas semanas, visando mapear se houve o derramamento da substância em outros pontos. A ideia é rastrear a presença do produto químico, que pode ter origem em outra cidade. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) já ouviu representantes de 26 empresas do Polo GasLub (antigo Comperj), mas a investigação ainda está em andamento.

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