Trajeto do Cacique de Ramos agora se chama Circuito Bira Presidente
Decreto sobre homenagem ao fundador do bloco, morto em junho, saiu no Diário Oficial nesta segunda (18) e placas foram instaladas nesta quarta (20)
A Prefeitura do Rio batizou o trajeto do bloco Cacique de Ramos de Circuito Bira Presidente, em homenagem ao lendário fundador do bloco, morto em 14 de junho deste ano, aos 88 anos. As placas foram instaladas nesta quarta (20).
O Circuito de Desfiles da Avenida Chile — Bira Presidente tem concentração na Avenida Almirante Barroso, a partir da Rua México, segue pela Avenida República do Chile e se dispersa na Rua do Lavradio. O caminho é percorrido pelo Cacique e por outros blocos emblemáticos, como o Bafo da Onça, todo ano, em três dias seguidos.
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O decreto que oficializa a homenagem foi publicado no Diário Oficial do Município na segunda (18) pelo prefeito Eduardo Paes. “A medida busca celebrar a contribuição de Bira para o samba e para a identidade cultural do Rio, fortalecendo a tradição do carnaval de rua”, diz o texto.
“Esse reconhecimento reforça o legado que ele construiu com tanto amor pelo samba”, disse Karla Marcely, filha de Bira, que assumiu a presidência do bloco após a partida do pai — até então, ele tinha sido o único a ocupar o posto desde a fundação do bloco, em 1961.
O circuito integra o calendário Rio o Ano Inteiro, desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e considerado um dos mais importantes do Carnaval de rua carioca.
Em 2026, o Cacique de Ramos levará para a rua o tema Bira Presidente — O Show Tem Que Continuar, em tributo ao sambista. O nome faz referência à composição de Arlindo Cruz, Sombrinha e Luiz Carlos da Vila que batiza um disco do Fundo de Quintal e se tornou um clássico do repertório do grupo.
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Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, como era conhecido, foi percussionista, cantor e compositor. Além do Cacique, foi um dos criadores do Fundo de Quintal, com músicos que frequentavam a roda de samba do bloco. O conjunto mudou a sonoridade do samba e se tornou um dos mais importantes da história do gênero.
Além de ser um exímio percussionista, com destaque para a sua habilidade no pandeiro, Bira era um dos guardiões do miudinho, um estilo de dançar presente no samba e em outros gêneros musicais brasileiros de origem africana. Ele tinha Alzheimer e tratava um câncer na próstata quando morreu.
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