Transplantes: coordenadora de laboratório diz que não sabia de fraude
Quinta suspeita a ser presa, Adriana Vargas nega ter ordenado que controle de qualidade passasse de rotina diária para semanal
Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, foi presa neste domingo (20), na segunda fase da Ao todo, a 2ª fase da “Operação Verum”, da Delegacia do Consumidor (Decon), que apura a emissão de laudos falsos que resultaram na infecção por HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Segundo o delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, Adriana negou as acusações de fraude e que tenha ordenado que a rotina de controle de qualidade do laboratório passasse de diária para semanal. Ela é a quinta investigada presa. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão.
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“Infelizmente, ela ratificou o depoimento anterior, mas encontramos três computadores, quatro telefones. Pode ser que lá a gente encontre outras informações importantes para a investigação”, disse o delegado. Em seu depoimento na semana passada, Adriana afirmou que não assinava os laudos e que não sabia das obrigações contratuais da PCS Saleme. Ela foi acusada por Ivanilson Santos, preso na segunda passada (14), de ter dado a ordem para economizar no controle de qualidade. A coordenadora técnica, no entanto, disse que sua tarefa era apenas supervisionar os técnicos, que nunca soube de mudanças nos protocolos de controle de qualidade e que nunca deu ordem para que esse controle fosse semanal.
Questionada por jornalistas sobre a falha que levou à contaminação por HIV de pelo menos seis pacientes transplantados, Adriana respondeu: “Humana”. Indagada sobre de quem seria a responsabilidade, disse apenas que: “Quem realizou o exame já está sendo punido”.
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Também nesta segunda (21), um dos seis pacientes infectados por HIV após transplantes de órgãos no Rio foi internado e está em estado grave, segundo informações da Secretaria estadual de Saúde. O homem de 75 anos, transplantado em maio, está sob cuidados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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