Caso dos transplantes: pacientes que receberam órgãos serão retestados
Dos 288 doadores de órgãos, 39 tiveram amostras insuficientes para retestagem, resultando na necessidade de retestar 59 receptores
Após o erro inédito em exames que acarretou na contaminação de seis pacientes com o vírus HIV, o Hemorio afirmou que fez análises preliminares que constaram que nenhuma das outras 288 amostras de sangue de doadores de órgãos estava infectada.
No entanto, documentos obtidos pelo jornal O Globo revelam que não foi possível realizar o reteste de 39 doadores de órgãos. Diante disso, a secretaria de estado de Saúde quer examinar 59 pacientes transplantados com órgãos desses doadores.
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O erro do laboratório PCS Lab Saleme foi revelado em outubro, mas a secretaria foi informada um mês antes, quando um hospital privado alertou à pasta que um paciente havia se infectado após um transplante.
O PCS Saleme foi fechado e agora o Hemorio é responsável pelos exames dos órgãos doados. Na semana passada, a a secretária estadual de Saúde, Claudia Maria Braga Mello, enviou um ofício a onze hospitais que realizaram transplantes de pacientes pedindo para que eles localizem os receptores. Segundo o documento, não foi possível fazer as análises de todas as amostras de sangue dos transplantados em 2024 no estado. No ofício, Claudia Mello diz que “dos 288 doadores 39 tiveram amostras insuficientes para retestagem, resultando na necessidade de realizarmos o teste em 59 receptores”. A mensagem foi direcionada a unidades públicas e privadas nas quais os transplantes foram realizados.
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A secretária ainda pede para que um representante de cada unidade se dirija à sede da pasta para buscar a listagem individual de pacientes. No documento, Cláudia Mello ainda diz que o Hospital Universitário Pedro Ernesto terá um centro de testagem exclusivo para atender a esses casos e os exames poderão ser feitos de segunda a sexta, entre 8h e 17h.
Os testes deveriam ainda ser marcados por um telefone ou e-mail exclusivo do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS): “Caso os pacientes já tenham sido testados, solicitamos que nos enviem a resposta com os respectivos resultados”, completa a secretária no ofício.
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Além do teste de HIV, os pacientes transplantados também vão precisar refazer os exames do protocolo de doação de órgãos do Ministério da Saúde, que engloba testagem para hepatites, sífilis e doença de chagas, por exemplo.
Na semana passada, a Polícia Civil indiciou e pediu a prisão preventiva de seis pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório PCS Lab Saleme. Para a Delegacia do Consumidor (Decon), os investigados reduziram o controle de qualidade dos exames a fim de aumentar o lucro. Em seu Relatório de Inquérito Final, o delegado titular da Decon, Wellington Pereira, afirma ainda que o laboratório não seguia o protocolo do Ministério da Saúde para testes de doadores mortos.