“Ataque à universidade”, diz Uerj sobre vídeo de alunos fumando na reitoria

Imagens publicadas em uma rede social mostram dois jovens deitados em uma mesa de uma sala de reunião. Assista

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 5 set 2024, 21h13 - Publicado em 5 set 2024, 21h12
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Alunos fumando na reitoria da Uerj: medidas legais serão tomadas pela universidade (Reprodução/Instagram)
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Ocupada por alunos desde a segunda semana de agosto e, portanto, sem aulas, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) se vê diante de uma grande crise que parece longe da solução.

Nesta semana, uma aluna de direito da universidade publicou um vídeo em uma rede social que causou desconforto entre a comunidade acadêmica. Em meio à ocupação, a jovem e um colega fumam um cigarro dentro da sala de reunião da reitoria. O homem chega a deitar na mesa e diz, entre muitos palavrões, as seguintes frases: “Cada aluno vai ter direito a plantar duas plantas. Pode fumar maconha na sala do reitor”.

Em nota, a Uerj afirma que tem ciência do vídeo e que está tomando as medidas administrativas e legais. “A Reitoria considera inaceitável esse tipo de conduta, que não é só um desrespeito com a institucionalidade da Uerj, mas um ataque à toda a comunidade universitária.”

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Entenda a crise na Uerj

No dia 14 de agosto, manifestantes obstruíram, com mesas e cadeiras, todos os acessos ao Pavilhão João Lyra Filho, impedindo a entrada de professores e outros estudantes na univerdade. Eles são contra as mudanças para a obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil, prevista no Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024.

Atualmente, 2 500 estudantes estão na categoria de vulnerabilidade social. Eles entraram na faculdade pela ampla concorrência e, durante a matrícula, comprovaram a renda e passaram pelo sistema de avaliação socioeconômica. Desde então, passaram a ter direito a alguns auxílios, como a bolsa de apoio à vulnerabilidade social, equivalente a 706 reais por mês, com duração de dois anos.

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No entanto, no início do semestre, a Uerj anunciou algumas mudanças nos auxílios, a exemplo do corte do auxílio alimentação para estudantes dos campi que possuem bandejão; a redução do auxílio ao material didático à metade, a limitação de 1,3 mil estudantes para auxílio creche e a mudança no critério da bolsa de apoio à vulnerabilidade social.

Até o momento, estudantes contemplados tinham que comprovar uma renda bruta de até um salário mínimo e meio por pessoa da família. Agora, o valor passou a ser de apenas meio salário mínimo. De acordo com os estudantes, mais de 5 000 vão perder o benefício por causa desta redução. Já a universidade aponta que são 1700.

Procurada por VEJA Rio, a reitora Gulnar Azevedo e Silva afirmou que o auxílio foi criado durante a pandemia, um período de emergência, e que hoje em dia não há mais disponibilidade financeira para distribui-lo da mesma forma que foi implementado.

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Além disso, Gulnar explicou que uma comissão pretende propor uma solução de transição da bolsa de vulnerabilidade, mas antes os estudantes que vêm se manifestando precisam estar abertos a essa negociação. “A Uerj já passou por várias crises e ocupações, mas é a primeira vez que sequer temos abertura para dialogar”, desabafou a reitora.

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Na última quarta (4), uma reunião da reitoria com representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e alguns alunos de Centros Acadêmicos foi interrompida por seis manifestantes que resolveram tumultuar o encontro, munidos de instrumentos de percussão. Mais uma vez, não se chegou a consenso algum.

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Na noite desta quinta (5), um grupo de alunos chegou a atear fogo na Avenida Rei Pelé, no Maracanã. A Polícia Militar foi acionada. Assista ao vídeo:

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