Madureira menos cinza e mais ameno
Um dos bairros mais simbólicos da zona norte está passando por uma profunda remodelação Acima, a simulação de como ficará o Parque de Madureira: será o 3º maior parque da cidade, perdendo apenas para o Parque do Flamengo e a Quinta da Boa Vista. Se nesse verão uma simples caminhada por bairros frescos, à beira […]
Um dos bairros mais simbólicos da zona norte está passando por uma profunda remodelação
Acima, a simulação de como ficará o Parque de Madureira: será o 3º maior parque da cidade, perdendo apenas para o Parque do Flamengo e a Quinta da Boa Vista.
Se nesse verão uma simples caminhada por bairros frescos, à beira da orla, já está insuportavelmente calorenta, experimente então embrenhar-se por regiões mais continentais ao norte carioca. O primeiro local que vem à cabeça como “lugar quente” é Bangu, na zona oeste, já cientificamente (e popularmente) comprovado como, de fato, quente. Porém, outro bairro mais ou menos nas proximidades também conquista o troféu de altas temperaturas com pouca vegetação. Madureira, berço do samba, área de comércio intenso, tem uma das taxas de urbanização mais altas, a de 99,93%, de acordo com matéria do Globo Online de 2010. O aspecto cinza de lá também contribui para que a sensação térmica não seja a das mais refrescantes. Todavia, temos mudanças à vista.
Está previsto ainda para 2012 – se o cronograma das obras não atrasar – a inauguração do Parque de Madureira. Vai ficar num terreno de 113 mil metros quadrados ao longo da Rua Conselheiro Galvão, por onde passa uma das linhas ferroviárias que cruza o subúrbio. Esse mesmo espaço era ocupado até então por uma pequena favela e por torres que sustentavam algumas linhas de transmissão da Light. Para maiores detalhamentos geográficos, o Parque de Madureira vai se espalhar, também, desde as proximidades do famoso Viaduto Negrão de Lima até a Rua Bernardino Andrade, já nos arredores do viaduto da Avenida dos Italianos. A vizinhança com as quadras da Portela e do Império Serrano também promete influenciar na estrutura do parque.
O detalhamento do projeto, que irá mudar consideravelmente a região de Madureira: a favela removida seria reassentada em área apropriada, junto ao parque.
Quiosques, quadras poliesportivas, deques de madeira, lagos, chafarizes, pista de skate, biblioteca, equipamentos de musculação, calçada da fama, heliporto… Eu poderia continuar enumerando todo o mobiliário que vai fazer parte do parque, mas ficaria um pouco cansativo. Acho que as imagens e o vídeo no Youtube já são autoexplicativas: é um projeto audacioso que remodelará profundamente a paisagem de Madureira, estagnada há anos, entregue à degradação urbana. Sem dúvida, um presente para os moradores, que nem sempre são agraciados por boas conquistas perante a Prefeitura. Agora o grande barato mesmo ficará por conta da vegetação implantada, que poderá diminuir em até 5 graus centígrados a temperatura da região. Serão 21 500 metros quadrados de grama, 432 árvores e 194 palmeiras.
Em tempo: do outro lado do bairro, as obras da Transcarioca já estão modificando a paisagem da Rua Domingos Lopes. Grande parte dos imóveis foi desapropriada para a construção de um dos mergulhões do corredor viário sob o Largo do Campinho, sem mencionar a duplicação do Viaduto Negrão de Lima. De negativo, por enquanto, só o trânsito, que ficou caótico por motivos compreensíveis, embora esteja sendo muito mal administrado pelos controladores de tráfego.
Vista aérea do futuro parque, junto à linha ferroviária. A foto é de Luis Alvarenga, do jornal Extra.
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