Discípulo de Carlson Gracie, Vitor Belfort estreou no Ultimate Fighting Championship com apenas 19 anos, tornando-se o lutador mais jovem a vencer o campeonato. Aos 40, o atleta se despede da organização em junho, no UFC 212. Sua última luta contratual será contra o americano Nate Marquardt, na Arena da Barra. “É um oponente duríssimo, vai ser difícil. Não existe colher de chá neste trabalho”, afirmou o atleta a VEJA RIO.
O que você está planejando para a aposentadoria? Saio do UFC, mas vou continuar competindo. A luta é a minha paixão. Pena que o MMA ainda não virou um esporte sério. Quem sabe ajudo a mudar esse quadro.
Como assim? Hoje, um lutador é mais artista do que atleta. O UFC por si só é um show, e não um esporte. Dá tristeza ver lutadores novos querendo dirigir o carro do momento ou ganhar os holofotes como o Conor McGregor. A referência deles é ter, e não ser.
E como você propõe mudar isso? Seguindo o estilo da NBA, que profissionalizou o basquete. Hoje, os jogadores são funcionários da liga. Eles não precisam pagar ao próprio treinador, como no MMA.
Faltou uma revanche contra o Anderson Silva? Se um dia tiver que acontecer, tem que ser uma luta lucrativa para ambos. Estamos na idade de colher frutos. Aliás, tenho vontade de criar a Liga das Lendas, com atletas que fizeram muito pelas artes marciais e hoje são desvalorizados. Cadê o Royce Gracie?
Alguma chance de entrar para a política, como outros ex-atletas? Não tenho interesse, a não ser que Deus ponha essa vontade no meu coração. Estou feliz com o juiz Sergio Moro revolucionando o Brasil.
Sua esposa, Joana Prado, continua empresariando sua carreira? Sim, e estamos muito empolgados com o nosso novo projeto de franquia, o Belfort Fitness Lifestyle, que queremos levar ao Brasil no ano que vem. Criei um sistema com 365 exercícios para quem quer cuidar do corpo. Numa aula, é possível gastar até 1 000 calorias.