Histórico: Brasil conquista medalha no Mundial de Ginástica Rítmica
Conjunto verde e amarelo leva a prata em disputa que acontece no Parque Olímpico, nesse fim de semana
 
							Com apresentações impecáveis no Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, realizado na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, as ginastas Maria Eduarda Arakaki, Maria Paula Caminha, Mariana Gonçalves, Júlia Kurunczi, Sofia Pereira e Nicole Pircio estrearam na competição como oitavo conjunto a se apresentar neste sábado (23), ao som do clássico Evidências, de Chitãozinho & Xororó.
Na primeira série, com arcos e bolas, conquistaram sua maior nota no ano: 27.850. Já na segunda exibição, com cinco fitas, receberam 27.400, totalizando 55.250 pontos. O feito é inédito, marcando a conquista da primeira medalha do Brasil em mundiais da modalidade.
“Nos preparamos muito e o Brasil é o melhor lugar para competir”, afirmaram as atletas ao SporTV após a apresentação. O conjunto verde e amarelo ficou com a medalha de prata, superando a atual campeã olímpica, a China, mas sendo superado pelo Japão, que alcançou 55.550 pontos e ficou com o ouro.
Em 1967, a carioca Daisy Barros (1935–2020) abriu caminhos ao se tornar a primeira brasileira a disputar o Mundial de Ginástica Rítmica, em Copenhague, na Dinamarca. Seis décadas depois, o Rio de Janeiro escreveu nesse sábado (23) um novo capítulo vitorioso da modalidade. A 41ª edição do torneio global, que recebeu o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro com aporte de R$ 15 milhões, passa a fazer parte da história do esporte nacional. “Não é apenas uma conquista institucional, mas a prova de que o esporte vem sendo valorizado. Além disso, esse resultado inspira meninas que estão dando seus primeiros passos na modalidade”, celebra Larissa Salgado, presidente da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro. O evento, aliás, já é histórico: reúne representantes de 78 países (em 2023, em Valência, na Espanha, foram 62).
Introduzida no Brasil nos anos 1960 pela professora húngara Ilona Peuker (1915–1995), a ginástica rítmica é hoje a modalidade com maior número de atletas federados entre as 27 entidades filiadas à Confederação Brasileira de Ginástica. Só no estado do Rio, são 23 clubes inscritos e cerca de 700 jovens atletas. Em todo o país, mais de 12 mil crianças e adolescentes se dedicam à prática. “É um setor em expansão, com demanda crescente por profissionais que buscam capacitação tanto esportiva quanto educacional”, comenta Renata Teixeira, árbitra internacional desde 2005, comentarista do SportTV e consultora técnica do RG Science.
 
    O alcance social da modalidade também se destaca. No Rio, o projeto desenvolvido pela Acadêmicos do Salgueiro oferece aulas gratuitas a 60 crianças da comunidade. “A realização do Mundial no Rio celebra uma paixão, reafirma um legado e representa um trampolim para um futuro brilhante”, opina Viviane Andrade, campeã sul-americana e responsável pela iniciativa.
Em cada arco lançado ao alto, em cada fita que riscou o ar, vibrou o esforço de gerações e de quem dedica a vida ao esporte. Para o Rio, essa competição histórica é mais do que reafirmar sua vocação para grandes eventos: é renovar o compromisso com a inclusão e com a sensação de pertencimento.
 
                 
							 
							 
							 
							 
							 
							