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Bruno Chateaubriand

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Imperatriz Leopoldinense cria programa de capacitação de pessoas trans

Participantes receberão certificado de formação de trabalho pela escola de samba

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20 ago 2022, 12h33
Imperatriz Leopoldinense lança programa para capacitação profissional de pessoas trans
Greg Andrade, de 28 anos, faz parte do programa de capacitação de pessoas trans (Divulgação/Divulgação)
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A escola de samba Imperatriz Leopoldinense lançou, nesta sexta-feira (19.08), a primeira edição do programa social “PRISMA”, o primeiro de sua história voltado ao público trans. O objetivo é capacitar profissionalmente transexuais e transgêneros ao mercado de trabalho. O curso é totalmente gratuito e as aulas de costura e adereço são ministradas por profissionais da escola. As alunas e alunos terão ainda a oportunidade de conviver ao lado de Leandro Vieira, responsável artístico da verde, branco e ouro de Ramos e um dos principais nomes do Carnaval do país na atualidade.

Natural de Niterói, Dandara Vital, de 41 anos, coordenadora do projeto PRISMA, iniciou sua formação artística no projeto “Damas em Cena”, promovido pelo Instituto do Ator e voltado para desenvolvimento artístico de pessoas trans. Dandara trabalhou na Unidos do Viradouro na preparação do carnaval campeão de 2020, se tornando, logo após, assistente do renomado carnavalesco Leandro Vieira – na época responsável pelo projeto da Estação Primeira de Mangueira -, com quem segue na equipe de trabalho da Imperatriz para o Carnaval de 2023.

“Receber essa responsabilidade da Imperatriz é muito gratificante. Tenho certeza que vamos descobrir talentos e abrir um horizonte de oportunidades profissionais e visibilidade a essas pessoas”, afirma Dandara.

Pelo 13º ano, o Brasil continuou como o país onde mais se mata essa população, seguido pelo México e os Estados Unidos, de acordo com a ONG Transgender Europe. A expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos, enquanto a do brasileiro em geral é de 72,2 anos, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

“Estamos falando de um dos públicos mais vulneráveis e desassistidos da humanidade. Capacitar profissionalmente pessoas trans é uma causa muito urgente no nosso país. Quem oferece emprego para nós? Quem abre as portas? Foi no Carnaval e na arte que encontrei o meu caminho e reconhecimento”, questiona a profissional.

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Nesta 1ª edição, o projeto “PRISMA” terá sete semanas de duração, com aulas às segundas, quartas e sextas, na parte da manhã, no barracão da Imperatriz, que fica na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio. A turma conta com 14 alunas e alunos e, ao fim do curso, todos receberão um certificado de capacitação. Greg Andrade, de 28 anos, é uma dessas alunas e comemora a chance de potencializar seu talento.

“Estou desempregada há algum tempo. Estava desanimada, e viver de arte será fundamental para a minha sobrevivência. Para me tornar a artista que sempre quis. Não tenho palavras para agradecer essa oportunidade”, festeja.

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