Daniel Sampaio

Por Daniel Sampaio: advogado, ativista do patrimônio e fundador do Instagram @RioAntigo

Cidade, Programe-se

Mini-desfiles na Cidade do Samba: 12 escolas e shows de Zeca e Martinho

Evento em comemoração pelo Dia Nacional do Samba faz pré-carnaval na Gamboa esse fim de semana, com entrada solidária

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27 nov 2025, 17h26 •

Escola de samba Portela em um mini desfile, com integrantes dançando e uma alegoria de águia

A Cidade do Samba será, neste fim de semana, uma espécie de Sapucaí em miniatura: três noites de mini-desfiles das 12 escolas do Grupo Especial, com direito a bateria, canto e cortejo de cada agremiação, além de shows de Mumuzinho, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Em plena reta final de novembro, quando o carnaval ainda parece um sonho distante no calendário, o público ganha a chance de matar a saudade do desfile meses antes de fevereiro – e praticamente de graça, bastando levar 1 kg de alimento não perecível.

Um “ensaio geral” da Sapucaí

A festa marca o Dia Nacional do Samba, de 28 a 30 de novembro, na Cidade do Samba, na Gamboa, repetindo o modelo que já entrou de vez no calendário afetivo de quem acompanha o carnaval de perto. Em vez de esperar pelos carros alegóricos cruzando a Presidente Vargas rumo à Passarela do Samba, o carioca encontra ali, no mesmo endereço que abriga os barracões, um aperitivo do que virá na Avenida em 2026. Quatro escolas se apresentam por noite, seguindo a lógica dos mini-desfiles: é menos a grandiosidade cenográfica e mais o encontro direto com o povo que sustenta a tradição.

Ao longo dos três dias, o evento une desfiles, shows e arrecadação de alimentos, reforçando uma dimensão antiga do samba: a de festa comunitária que também olha para quem precisa. Não é à toa que a comemoração do Dia Nacional do Samba encontra morada justamente ali, entre galpões que guardam segredos de desfiles passados, memórias de antigos carnavalescos e o trabalho de quem, longe do brilho dos holofotes, faz o carnaval acontecer o ano inteiro. Para quem cresceu vendo pela televisão o momento em que os portões da Sapucaí se abrem, poder caminhar pela Cidade do Samba nesse fim de semana, ouvir as baterias rufando e ver as escolas passando em formato reduzido é quase como revisitar um álbum de família da cultura carioca – só que, desta vez, com a foto em movimento e com muita batucada.