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Daniela Alvarenga

Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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No pós-quarentena, uma nova relação com a beleza

Menos cobrança e obrigatoriedade. As mulheres estão mais conscientes nos cuidados com cabelos, pele e corpo

Por Daniela Alvarenga
Atualizado em 17 jul 2020, 10h40 - Publicado em 17 jul 2020, 10h38
 (Canvas/Reprodução)
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Controlar as emoções e manter a mente em equilíbrio foi um enorme desafio para a grande maioria dos brasileiros. A saúde mental se tornou foco com a pandemia da Covid-19. O autocuidado foi uma das recomendações da Organização Mundial de Saúde para buscar enfrentar da melhor maneira este momento tão cheio de incertezas. De março a maio deste ano, as vendas de antidepressivos subiram 21% em relação ao ano passado. Saúde mental e bem-estar continuam sendo tema importantíssimo agora na segunda fase da pandemia. Com a reabertura e a flexibilização do isolamento social no Rio de Janeiro, este mês, as mulheres, especialmente, puderam retomar os cuidados com a beleza com seus profissionais favoritos, mais que nunca, aliados fundamentais em relação à autoestima e ao bem-estar.  

Pode parecer apenas uma questão de vaidade, mas não. Este reencontro seja com cabeleireiro, manicure, dermatologista, terapeuta capilar, entre outros, está tendo um efeito importante de resgate da autoestima e de manutenção do bem estar, pilares fundamentais para a saúde mental. Segundo a psicóloga Mariana Dias, cuidar do corpo e da saúde reduz a probabilidade do desenvolvimento de doenças mentais como ansiedade, depressão e alterações no humor. “Cuidar da aparência, da alimentação, do sono faz como que a pessoa se conecte com ela mesma, e isso tem impacto direto na regulação emocional e na redução do estresse. Então, neste momento, procurar por estes tratamentos depois de tantos meses em casa simboliza também autocuidado e afeto consigo mesmo, uma autovalidação”, explica a psicóloga.

Os cuidados com a beleza no Brasil são assunto sério. As mulheres, mais que em muitos países, aderem desde cedo a tratamentos com cabelos, unhas e pele. Não à toa, estamos no quarto lugar no ranking mundial de consumo de produtos de higiene e beleza. Por ser um hábito cultural super enraizado, cuidar-se muda a percepção sobre si e confere uma sensação de bem-estar. Mas, com a quarentena, as mulheres puderam experimentar uma nova relação com a beleza. Muitas deixaram os fios brancos aparentes a contragosto enquanto outras descobriram que não se importam tanto. Muitas ficaram sem fazer as unhas e tudo bem enquanto outras estavam morrendo de saudade de uma mão bem tratada. Os padrões irreais e a perfeição deram lugar a uma aceitação e a um olhar mais complacente sobre si mesma. “Durante a pandemia não houve espaço para a vaidade,  mas a autoestima esteve preservada. Isso trouxe um novo olhar. Então as mulheres se acostumaram em se ver com cabelos brancos, unhas curtas, menos maquiagem”, observa a psicóloga. 

Já vejo diferenças nos atendimentos da clinica. Tenho percebido que as pacientes estão mais conscientes nos tratamentos e procedimentos. A busca pelos serviços de qualidade vai ser ainda maior. Quem trabalha direito vai entrar na moda novamente. O fazer só por fazer vai ser repensado. A pandemia trouxe um olhar sobre o que é essencial na beleza. Percebo que as pessoas estão voltando felizes para se tratar, mas agora estão conseguindo em alguma medida se desvencilhar da obrigatoriedade com que viam a beleza antes. Me parece que aquele botão automático vai ficar para trás, talvez de vez. 

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Meu conceito slow beauty. Mais aceitação,menos cobranças.

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