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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania

Como consumar vocação para capital dos eventos esportivos

Experiências mais participativas e amadurecimento de serviços devem se somar a belezas naturais e cultura acolhedora, sugerem especialistas

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Atualizado em 8 nov 2021, 20h09 - Publicado em 6 nov 2021, 17h46
Jogadora de futevòlei ataca a bola próxima da rede
O Mundial de Futevôlei começa no próximo dia 19, em Copa. Vai reunir atletas de cinco países (World Footvolley/Divulgação)
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A vocação turística do Rio reluz no esporte. Um casamento reaquecido com a volta de iniciativas como o Mundial de Futevôlei, entre 19 e 21 deste mês, em Copacabana; e o Rio Open, de 12 a 20 de fevereiro do próximo ano, no Jockey.

O principal torneio sul-americano de tênis deve movimentar aproximadamente R$ 140 milhões, preveem os organizadores. “Um grande evento gira uma quantia correspondente a até cinco vezes o seu custo direto”, estima Roberto Falcão, especialista em comunicação de megaeventos esportivos.

“Numa cidade como o Rio, com vocação de serviços e turismo, o retorno é muito grande”, acrescenta Falcão, oficial de mídia da final passada da Libertadores e gerente de mídia do Nilton Santos e do Maracanã na Copa América 2021. “Há retorno de imagem também pela exposição ao exterior. É importante o empenho dos agentes governamentais para potencializar a divulgação”, completa.

Apesar das fragilidades econômicas acentuadas na pandemia, a retomada de competições internacionais esboça um horizonte dourado à alma e aos cofres cariocas. Renova a esperança de a cidade se tornar a rainha do entretenimento esportivo, endossada pela sucessão de disputas globais, do Pan 2007 à Olimpíada 2016.

“O Rio pode virar a capital dos eventos esportivos”, aponta o fundador do Sportlab e organizador do Summit 2021, Luiz Paulo Moura. “Essa perspectiva é embalada pelas belezas naturais, pela cultura acolhedora, pela capacidade de oferecer experiências singulares, boa parte delas ligada ao esporte”, argumenta Moura, também coordenador do Núcleo de Gestão de Esportes do IAG-Escola de Negócios, da PUC-Rio. Ele ressalva:

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“Para explorar plenamente tamanha vocação, é preciso amadurecer aspectos como a qualidade dos serviços e a segurança. Feitos os deveres de casa, o Rio tende a aproveitar as oportunidades geradas com o provável salto dos programas ao ar livre”.

O pulo do gato, acredita o empreendedor, exige a conversão do público em protagonista. Um repertório superior ao beabá interativo:

“Todo grande evento deve não só aproximar as pessoas dos ídolos, mas possibilitar que experimentem o que os seus ídolos fazem. O caminho é tornar as pessoas protagonistas”, prescreve o criador do Rei e Rainha da Praia, sucesso por 16 anos nas areias de Ipanema. Moura compara:

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“Se lançasse o Rei e Rainha hoje, adotaria um modelo participativo, com experiências além dos jogos e cara de comunidade. Ações presenciais e digitais estabeleceriam ligações contínuas e profundas com o público. Estimulariam uma rede colaborativa para multiplicar a paixão e os ganhos tangíveis e intangíveis”.

Roberto Falcão adiciona atributo igualmente decisivo no rumo ao topo da agenda dos megaeventos esportivos: mão de obra especializada. “Com a sequência de grandes competições, do Pan à Rio 2016, qualificamos profissionais para essa demanda global. Brasileiros formados pelos grandes eventos hoje ocupam cargos na Fifa, no COI, no Comitê Paralímpico Internacional, no Comitê Local Organizador da Copa do Catar, na Conmebol”, ressalta o craque em operação de mídia no setor esportivo.

Playground por natureza, a cidade impulsiona o reencontro com as competições globais no próximo dia 19, abertura do Mundial de Futevôlei – coincidentemente, ou não, esporte em alta entre meninos e meninas do Rio. O fundador da World Footvolley, Luiz Gomes, vai detalhar o torneio, quarta-feira que vem, às 20h, no Resenha de Primeira, apresentado pelo jornalista Christian Baeta.

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Reunião de bambas da gestão

O Summit Sportlab reunirá, nos próximos dias 22 e 23, 40 painéis com gestores esportivos. Integram o time de palestrantes a diretora-executiva do Vôlei Brasil, Adriana Behar; a diretora de Comunicação e Marketing do COB, Manuela Penna; o presidente da Dream Factory, Duda Magalhães; o diretor de Parcerias e Marketing da NBA, Fabio Laudisio; a cofundadora da Final Level, Fernanda Lobão; o diretor de Global Media do Grupo Globo, Carlos Henrique Moreira; o apresentador do SporTV Marcelo Barreto; o campeão olímpico e comentarista Nalbert Bitencourt.

Eles discutirão temas como as oportunidades digitais no esporte, o futuro do futebol brasileiro e a ascensão dos criptoativos nas receitas. “O objetivo é amadurecer os conhecimentos para melhorar práticas de gestão”, sintetiza Luiz Paulo Moura. Governança, responsabilidade e empatia formam o tapete vermelho aos investimentos.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva.

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