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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Democratização esportiva da praia constitui uma política de Saúde

Para conter elitização, é preciso resguardar e ampliar acesso às atividades nas areias, assim como preservar sua vocação popular e inclusiva

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Atualizado em 13 jun 2024, 17h40 - Publicado em 12 jun 2024, 20h08
Jovens controlam a bola à beira-mar
A despretensiosa altinha emana o espírito democrático da tradição praiana  (Foto de Júlia Lerer/Reprodução)
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Tudo de que praia não precisa é tapete à privatização. Estendê-lo numa emenda constitucional ensaia afrontar sua vocação à diversidade.

O lobby econômico não garante à empreitada solidez argumentativa. Nada autoriza a acreditar que a renda gerada descartaria riscos sociais e ambientais.

Dez entre dez ambientalistas desenganam a promessa de ganho ecológico. Temem o contrário: prejuízos à biodiversidade costeira, formada também por estuários, lagunas, dunas, restingas, manguezais.

A proposta no Congresso arrepia não só cientistas, surfistas, ratos de praia. Preocupa os zelosos com direitos democráticos.

Deputados acharam conveniente aprová-la. Talvez os senadores já os tivessem acompanhado, não fosse a chiadeira nas redes e na imprensa. Protestos desembocaram no Fla-Flu entre Luana e Neymar.

Tamanha mobilização corresponde ao perigo intuído na polêmica PEC (3/22). A venda de terrenos à beira-mar da Marinha ameaçaria, em parte, a natureza pública dos 7,6 mil quilômetros litorâneos.

Sob a pressão dos trombones digitais, o Senado adicionou o óbvio: “não será permitida a utilização do solo que impeça ou dificulte o acesso da população às praias”. Sem uma fiscalização rigorosa, o veto acrescido no texto igualaria-se a um castelo dissolvido pela onda.

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Dos parlamentares, espera-se o compromisso em preservar esses refúgios da pluralidade. Ela se reflete numa aquarela esportiva tão generosa à descontração quanto à vida saudável.

O repertório inclui patrimônios como frescobol, altinha, vôlei, futevôlei, beach tênis, surfe, stand-up. Deliciosos aliados do bem-estar físico e mental.

Democratizá-los é responsabilidade estatal. Representa, ainda por cima, uma estratégia simples e eficiente de saúde preventiva.

O avanço esbarra na crescente elitização das praias urbanas. Nenhuma emenda constitucional precisou autorizá-la. Começou faz tempo, endossada pelos negócios.

O tsunami de atividades particulares sobre as areias exige alertas e debates equivalentes aos desencadeados pela tal PEC. Convergem para a necessidade de resguardarmos o pacto praiano com a mistura, a inclusão, a cidadania, com o lazer popular, com a saúde.

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Alvinegros inesquecíveis

Em lua de mel com o time, botafoguenses ganham um afago também da memória. Encontrarão, terça agora (18), campeões emblemáticos: Mauro Galvão, Luizinho Quintanilha, Wilson Gottardo, Maurício, Paulinho Criciúma, Carlos Alberto Santos.

A reunião de bambas, às 19h, na Cobal do Humaitá, integra a série quinzenal Gigantes do Museu. Organizada pelo fundador do Museu da Pelada, Sérgio Pugliese, a descontraída resenha une gerações em torno de lembranças inestimáveis.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação FísicaOrganizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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