Estudo da USP: brasileiros comem proteína suficiente e poucos vegetais

Basta ir ao supermercado para constatar: há uma certa obsessão com produtos ricos em proteínas. Lá está ela, supervalorizada com facilidade em rótulos de iogurtes, leite, barrinhas, muito por influência de uma certa cultura fitness, sob a alegação de que essa categoria “não engorda” – deixando de considerar a importância dos carboidratos e do equilíbrio de todos os tipos de nutrientes essenciais. A proteína, fundamental para a reconstrução dos tecidos, não é capaz, sozinha, de atender a todas as outras demandas do organismo.

Agora, um novo estudo realizado pela USP, aponta que, como é de se imaginar, não há déficit proteico entre a população brasileira, mas sim uma necessidade de maior consumo de frutas e verduras. O que muita gente desconhece é que diversos vegetais também podem conter uma grande quantidade de proteína, como a lentilha, o feijão, a ervilha, a quinoa, o grão-de-bico e a soja.

Segundo a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 78,6% dos adultos que residem em capitais de estados brasileiros não alcançavam a recomendação mínima da OMS para consumo de frutas, legumes e verduras, em 2023: 400 gramas ao dia, por pessoa.

Ou seja: o que está em falta no prato do brasileiro não é a tão famosa proteína, mas alimentos muito mais baratos e fáceis de ser encontrados, em todas as cidades, como legumes, verduras e frutas. Essa carência pode ser facilmente suprida com três porções diárias: no café da manhã, almoço e jantar. Se preferir, as frutas também podem ser consumidas como lanche da manhã ou da tarde ou na ceia depois do jantar.

A alimentação equilibrada deve ser acompanhada da prática de exercícios físicos regulares, gerenciamento estresse e do bem-estar, sono reparador e distância do uso de substâncias, como tabaco ou álcool, e a realização de check-ups preventivos na busca por um estilo de vida saudável.

Saúde é prevenção!

Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, inaugurou a Med-Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico e medicina preventiva. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, é membro honorário da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação e coautor de livros: Como tornar-se um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (Rocco), Emoções e saúde (Rocco) e Saúde é prevenção (Rocco, com o médico Galileu Assis). Ururahy é diretor da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Rio) e Chairman do Comitê de Saúde e diretor da Câmara de Comércio França-Brasil e Coordenador do Comitê de Saúde.

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