Arte, chope e calçada: Flexa abre coletiva indígena. Veja fotos!
“Tudo entoa: Sentidos compartilhados entre humanos e não-humanos”, com quatro nomes fundamentais da arte indígena amazônica
Ao ver Adriana Varejão atravessar a porta da galeria Flexa, no Leblon, nesse fim de semana, um turista pernambucano curioso achou que fosse inauguração de uma mostra da artista plástica carioca. Não! A galeria tem entre os sócios Pedro Buarqque de Hollanda, marido de
Varejão. Era a abertura da coletiva “Tudo entoa: Sentidos compartilhados entre humanos e não-humanos”, com quatro nomes fundamentais da arte indígena amazônica contemporânea, todos com passagem pelas últimas Bienais de Veneza.
Entre eles, Jaider Esbell (Macuxi, Roraima, 1979–2021), uma das vozes mais potentes da cena recente; os peruanos Santiago e Rember Yahuarcani (da etnia Uitoto); e o venezuelano Sheroanawe Hakihiiwe, dos Yanomami. O texto da mostra é do curador peruano Miguel A. López e a expografia foi pensada pela cineasta Daniela Thomas, que dividiu os ambientes em cores vivas, como se cada parede fosse uma extensão da própria floresta.
A plateia? Meio desfile, meio galeria: muitos convidados vieram direto do desfile de Lenny Niemeyer no Palácio Capanema. O influenciador Gabbs nem se preocupou em trocar o look (de Lenny, claro), inspirado em anêmonas; a própria Adriana Varejão; e o diretor criativo Giovanni Bianco.
O evento, como todos ali, se estendeu para a calçada, com chope, biscoito Globo (porque Leblon é Leblon) e conversas impublicáveis e intermináveis.