Carioca suando em inglês. Que tal?
Quem nunca recebeu mensagens do tipo: “Estou numa call pra alinhar o brainstorm do meeting antes do deadline”
Com a inauguração de mais uma academia na Gávea, em setembro, a coluna pesquisou e atestou que quase todas têm nome em inglês: Bodytech, Smart Fit, Selfit, Just Fit, Simply Gym, Gávea Gym… Parece mais lista de intercâmbio em Miami do que espaço pra suar o corpinho. E quando o assunto é bem-estar, continua igual: Yoga One, Wellness Club, Studio One, Prime Fit. O português virou praticamente um halter abandonado no canto — é o português versão fitness corporate — rsrsrsrs. A boa e velha língua de Camões quase precisa de “whey protein” para sobreviver. Enquanto isso, expressões como “boa forma” ou “saúde em movimento” começam a soar vintage e podem até virar patrimônio cultural do Rio, tombados pelo IPHAN.
Pelo chatGPT, o inglês, associado a status, tecnologia e globalização, é visto como “mais chique” ou “moderno”. Isso acaba deixando o português, especialmente em contextos corporativos e de marketing, em segundo plano. Que tal?
Quem nunca recebeu mensagens do tipo:
“Estou numa call pra alinhar o brainstorm do meeting antes do deadline”, “Vamos dar um feedback nesse job porque o budget é muito bom” ou “o feedback do cliente foi ótimo, mas o budget tá tight”, “Te mando um follow-up com o update do projeto.”
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